“Sobe logo! A ‘mundiça’ tá de calcinha e tudo”, zomba outro que filma,
antes de um quarto garoto aparecer e chutar diretamente o crânio de
Dandara. Depois disso, as agressões miram só ali: na cabeça
loura-avermelhada que resulta da mistura de cabelo e sangue. Ela tenta
levantar. Um quinto homem surge com um pedaço de madeira quase do
próprio tamanho e o utiliza para bater repetidas vezes nela, que já não
se sustenta. Juntos, os cinco levantam Dandara e a jogam no carrinho.
Levam sabe lá para onde. É encerrado com um minuto e 20 segundos o vídeo
da tortura.
Circulando em páginas da internet, o assassinato da travesti Dandara dos
Santos, 42, agredida até a morte no último dia 15 de fevereiro, no
bairro Bom Jardim, em Fortaleza, choca por inúmeros motivos, mas,
principalmente, pelo ódio dos agressores e pela banalidade como tiram a
vida de alguém que não consideram como igual.
O POVO Online