Hoje, 220 milhões de crianças e adolescentes no mundo
estão acima do peso. E a tendência é que a epidemia só se agrave ainda
mais: a Federação Mundial de Obesidade diz que essa quantidade vai pular
para os 268 milhões em menos de dez anos. O alerta pede,
principalmente, uma melhor na alimentação e o aumento das atividades
físicas no dia a dia, mas um novo estudo da Universidade de Sussex
mostra que dá para atribuir boa parte da estrutura corporal ao fator
hereditário – especialmente para quem é gordinho.
Os cientistas descobriram que, em média, o filho herda 40% do índice
de massa corporal dos pais, sendo que cada metade vem de um genitor. O
curioso é que, nas crianças mais magras, o fator paternal era menos
relevante. Só 20% do IMC parecia ser herdado dos pais. Já nos gordinhos,
essa taxa chegava facilmente aos 60%: “O efeito parental é mais do que o
dobrado nas crianças obesas, comparadas às mais magras”, explica Peter
Dolton, coordenador da pesquisa.
Os mais de 100 mil voluntários-mirins da investigação estavam
distribuídos entre seis países: Estados Unidos, Inglaterra, China,
Indonésia, Espanha e México. Os resultados foram consistentes em todas
essas regiões: “Nossas evidências vêm de locais com padrões diferentes
de nutrição — de uma das populações mais obesas, caso dos Estados
Unidos, até as duas menos obesas, que são China e Indonésia”,
exemplifica.
Dados como esse sugerem que a genética — e não só o padrão alimentar
da família— exercem uma influência considerável no surgimento da
obesidade. O que, claro, está longe de anular as consequências do
sedentarismo e de exagerar regularmente na alimentação.
Este conteúdo foi publicado originalmente em Saúde.