O Ceará deve registrar, nos próximos dias, chuvas frequentes em várias
partes de seu território. A previsão é do Instituto de Meteorologia
Climatempo. Segundo dados da empresa, a expectativa é que o Estado seja
afetado por uma mudança na circulação de ventos na região Nordeste que
trará um forte fluxo de umidade para os municípios, favorecendo a
ocorrência de precipitações. Em algumas cidades, o volume acumulado de
chuvas pode chegar a 100mm.
Segundo Josélia Pegorim, meteorologista do Climatempo, as precipitações
poderão ser observadas a partir desta sexta-feira (10) e devem
persistir durante o fim de semana até, pelo menos, a metade da próxima
semana.
"Se olharmos os satélite hoje, vemos nuvens muito carregadas no
Maranhão e no Piauí, mas a região de Salvador até o Interior do Ceará
está seca. Pela previsão, se espera que ocorra uma mudança na circulação
dos ventos em diversos níveis da atmosfera, o que vai permitir uma
melhor distribuição dessa umidade sobre o Nordeste", explica a
meteorologista. "Esse aumento da umidade e a persistência desse ar mais
úmido por vários dias vão permitir a maior formação de nuvens carregadas
com potencial para provocar chuvas fortes", acrescenta Josélia.
Outro fator que, conforme o instituto, sustenta a previsão é a
permanência, nos próximos dias, da Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT) em torno da costa norte da região Nordeste. A ZCIT é o sistema
meteorológico que atua sobre a área e que indica a possibilidade de
ocorrência de chuvas.
Ao mesmo tempo, o Ceará, segundo a meteorologista, deve sentir os
efeitos de um outro fenômeno climático chamado de oscilação de
"Madden-Julian". "É uma oscilação atmosférica que aumenta ou diminui a
as chuvas em várias áreas do globo. Essa onda pode ser forte ou fraca e
ela ocorre em um período e 30 a 60 dias. No Ceará, para os próximos
cinco dias, espera-se uma atuação positiva", afirma.
Josélia Pegorim observa que, com a junção desses fatores, várias
regiões do Ceará, inclusive no Interior, podem acumular chuvas de mais
de 100 mm. No entanto, ela destaca que, embora significativo, o volume
de precipitações não será suficiente para normalizar o nível dos
reservatórios. "Sem dúvida, vai haver uma mudança, umedecendo o solo e
diminuindo calor. Mas estamos falando de cinco períodos chuvosos ruins.
Não será suficiente para reverter o quadro de seca no Estado", diz.