![Eduardo Cunha disse que tem aneurisma cerebral e que as condições do presídio não favorecem seu tratamento](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/5i/e1/1y/5ie11y2a1i2vxyflt9wjuohbr.jpg)
Um dia após o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter dito em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro que ele tem um aneurisma cerebral
, o ex-presidente da Câmara se negou a fazer um exame que comprove tal mal.
De acordo com informações divulgadas pelo diretor do
Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), Luiz Alberto
Cartaxo de Moura, Eduardo Cunha
"negou-se terminantemente", no início da manhã desta quarta-feira (8), a ser examinado.
Em um áudio divulgado à imprensa, Moura afirma que, mesmo em frente aos médicos, Cunha afirmou que não faria o exame.
Além disso, Moura explicou que, antes de declarar o
aneurisma à Justiça Federal, o deputado cassado já havia informado tal
enfermidade ao corpo médico do Complexo Médico-Penal, "que solicitou à
família e aos advogados que fossem encaminhados os exames e os
documentos comprabatórios de tal situação, o que até hoje não
aconteceu".
"Então, por duas vezes, já se tentou comprovar a
existência deste aneurisma e, por duas vezes, isto não foi possível",
afirma o diretor do Depen.
Se negar a realizar exames determinados pelo corpo
clínico do Complexo Médico-Penal, nos termos das leis de execuções
penais, constitui infração leve, o que ficará na ficha carcerária do
deputado cassado.
Saída desnecessária
Em entrevista coletiva realizada na tarde desta
quarta-feira (8), o diretor do Departamento Penitenciário do Paraná,
Luiz Alberto Cartaxo de Moura, afirmou que o fato de o ex-deputado
possuir um aneurisma cerebral – caso isso seja comprovado – não
significa que ele tenha o direito automático da prisão domiciliar.
Segundo Moura, o que tem que ser controlado, no caso
de Cunha, é a pressão arterial. “Um pico de pressão poderia provocar o
rompimento desse aneurisma. Ele recebe todas as medicações nos horários
certos.”
No depoimento ao juiz Moro, Eduardo Cunha disse que a
unidade onde está preso não oferece condições para lhe oferecer o
atendimento médico necessário, o que foi rebatido pelo diretor. “A
afirmação de que o CMP [Complexo Médico Penal, em Pinhais] não oferece
condições eu contesto veementemente. Oferece, sim, condições de custódia
a qualquer paciente nas condições que ele alega ter e que não
comprovou.”
Depoimento a Sérgio Moro
Nesta terça-feira (7), o ex-presidente da Câmara foi
interrogado pela primeira vez pelo juiz Sérgio Moro em ação decorrente
da Operação Lava Jato. Em meio ao depoimento, o deputado cassado leu uma
carta ao magistrado.
“Gostaria de dizer que também sofro do mesmo mal que
acometeu a ex-primeira-dama Marisa Letícia: um aneurisma cerebral.
Aproveito para prestar minha solidariedade à família pelo passamento. O
presídio onde ficamos não tem a menor condição de atendimento se alguém
passar mal. São várias as noites que os presos gritam, sem sucesso, por
atendimento médico e não são ouvidos pelos poucos agentes que lá ficam à
noite”, diz um trecho.
Acusações
Eduardo Cunha está preso preventivamente desde o dia
19 de outubro do ano passado. De acordo com o MPF, a prisão preventiva
se justifica porque há evidências de que ele tem contas no exterior que
ainda não foram identificadas, o que poderia colocar em risco as
investigações. Os procuradores também alegam que ele tem dupla
nacionalidade – brasileira e italiana – e poderia fugir do País.