Vinte e cinco mil reais. Este foi o preço que dois pistoleiros cobraram
para matar um policial civil e também candidato a vereador. A descoberta
da trama criminosa ocorreu na investigação sobre a morte do inspetor
José Cláudio Nogueira, 51 anos, assassinado com sete tiros de pistola,
na noite de 20 de agosto último, na zona rural do Município de Senador
Pompeu (a 273Km de Fortaleza).
A Polícia Civil acabou por descobrir que o crime foi “encomendado” pela
própria esposa da vítima, Michele Arruda Nogueira, e seu amante, um
homem identificado por Jackson. Os dois juntaram o dinheiro e
contrataram os matadores, um deles, primo de Jackson. Os assassinos de
aluguel foram identificados por Thiago e “Argentino”. Os quatro
envolvidos acabaram presos nesta quinta-feira (17), numa operação da
Polícia Civil em Senador Pompeu.
Em depoimento prestado logo após a prisão, Michele teria confessado que
decidiu matar o marido juntamente com o amante para se apossar dos bens
que Cláudio Nogueira possuía. Afastado da atividade policial para
concorrer ao cargo de vereador em Pedra Branca, ele era dono de várias
cabeças de gado e de um cavalo de raça, além de imóveis.
Morte tramada
Conforme ainda as investigações, na noite em que ocorreu o assassinato
do policial, a mulher dele dirigia o carro da família pela rodovia
estadual que liga os Municípios de Senador Pompeu e Quixeramobim. Os
dois seguiam para o Distrito de Inharé, quando Michele, que dirigia o
automóvel e o marido dormia no banco de carona, teria parado o automóvel
no local acertado com os pistoleiros. Os matadores então apareceram na
estrada e atiraram no policial.
Na época do crime, Michele apresentou uma versão segundo a qual teria
sido atacada pelos criminosos que estariam em uma motocicleta e a
obrigaram a parar o carro. No entanto, tal versão acabou sendo
desmentida na investigação.
Por medida de segurança, os quatro suspeitos foram levados de Senador
Pompeu para a Delegacia de Polícia de Solonópole (a 276Km de Fortaleza),
onde prestaram depoimento durante toda a tarde de ontem e agora vão
permanecer presos por ordem da Justiça.
Por FERNANDO RIBEIRO