sábado, 15 de outubro de 2016

Promotores do Estado são orientados pelo MPCE a fiscalizar e coibir vaquejadas

Promotores vão fiscalizar se, mesmo após a lei, vaquejadas vão continuar acontecendo (Foto: Agência Diário)Banabuiú. Após o Supremo Tribunal Federal (STF) tornar inconstitucional a Lei que regulamentava a vaquejada no Ceará, órgãos de Justiça começam a se mobilizar para impedir que as festas continuem. No Ceará, os promotores das comarcas municipais que atuam na área do meio ambiente e controle urbano receberam orientação do Centro de Apoio Operacional de Proteção à Ecologia, Meio Ambiente, Urbanismo, Paisagismo e Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Caomace), do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), para que coíbam a prática por meio de ações civis públicas. A recomendação já está em vigor.
Segundo Jaqueline Faustino, promotora e coordenadora do Caomace, os promotores terão liberdade para trabalhar da maneira que avaliarem necessária. “A gente recomenda que primeiro haja uma orientação para que o evento não seja realizado, tendo em vista a decisão do Supremo. Mas eles podem trabalhar de modos que acharem mais convenientes se virem, por exemplo, que há uma disposição para o não cumprimento da ordem”, disse a coordenadora.

Com o peso e a representatividade da vaquejada na cultura do Interior cearense, Jaqueline entende que possa haver resistência por parte dos vaqueiros e apoiadores da festa, mas não acredita que enfrentará problemas. “Nós não acreditamos numa pré-disposição ao descumprimento da decisão. Claro que pode haver uma resistência social, principalmente naqueles municípios onde a prática e costumeira, certa insatisfação. Mas o nosso tribunal máximo já decidiu e, no geral, deve ser algo seguido”.

Afora a tradição, o principal argumento de resistência dos vaqueiros cearenses é a renda que a prática gera. Cleber Marques Gomes, 35, trabalha desde pequeno na vaquejada de Itapebussu, uma das maiores do Brasil. Tudo o que tem hoje, conta ele, veio do dinheiro que ganhou trabalhando nas noites em que vaqueiros derrubavam o boi na pista. “Eu sempre vivi disso, tudo o que eu construí foi trabalhando em vaquejada. Se acabar mesmo eu não sei de que ramo vou viver”, explicou.

A orientação do MPCE é um dos destaques da editoria Regional da edição do Diário do Nordeste desta sexta (14). Leia a matéria completa aqui >> MPCE orienta promotores a coibir vaquejadas no Estado