Reunidos para tentar definir uma estratégia linear de atuação durante os questionamentos que farão à presidente afastada Dilma Rousseff na sessão de julgamento do impeachment desta segunda (29), senadores de partidos como o PSDB, DEM e PP dizem que pretendem priorizar o debate técnico e respeitoso, mas que, no final, é a petista quem vai "dar o tom" do embate.
"Vamos fazer perguntas técnicas, mas quem vai dar o tom do
interrogatório é a presidente afastada", afirmou Ronaldo Caiado
(DEM-GO), antes do início do encontro, neste domingo (28). As notícias
de que a petista está sendo aconselhada a fazer um pronunciamento mais emotivo e menos técnico é visto pelos senadores que fazem oposição ao PT como um sinal de que ela buscará se "vitimizar".
"Dilma vai jogar com emoção para tentar conquistar algum voto, mas esse
jogo está jogado e só resta a ela a vitimologia, argumentos não
existem", afirmou Agripino Maia (DEM-RN). "A ordem é distribuir
maracujina para todo mundo e evitar criação de fatos novos, sem cair em
provocação", concluiu.
Os senadores também devem pressionar o ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski, que preside o
julgamento do impeachment, a interferir para evitar que Dilma faça "um
novo discurso a cada pergunta".
"Estamos preparados para o questionamento com absoluto respeito. Ela
dará o tom. Esperamos seja a altura do momento difícil porque passa o
Brasil. Não é um momento de festa. É um processo que deixará traumas",
disse o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). "Acho adequado ela venha e
cabe a nós, como juízes, interrogá-la com absoluto respeito. Que ela
responda adequadamente. Se houver exagero, será respondido na mesma
forma", concluiu.