A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (15) a Operação Remenda,
fruto da investigação para desarticular uma quadrilha que desviava,
através de uma ONG de fachada, recursos públicos destinados à
agricultura e ao turismo. A ação cumpre 13 mandados de busca e
apreensão, sete de prisão temporária e um de prisão preventiva nos
estado de Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
No Estado, a ação se concentra em Fortaleza. Policiais federais foram
vistos em frente a um edifício na Rua Valdetário Mota, no bairro Cocó.
A apuração dos desvios é feita em conjunto com a Controldoria Geral da União (CGU)
e teve início há três anos. Segundo a CGU, o caso envolve diretores de
entidades, assessores e ex-políticos. O total desviado é estimado em
cerca de R$ 4 milhões. A PF também está cumprindo mandados de intimação
para oitiva imediata dos investigados. Cerca de 90 pessoas, entre
policiais e auditores, participam da operação.
As investigações tiveram como base uma fiscalização da Controladoria
que identificou irregularidades no processo de contratação da ONG e na
execução dos convênios. Ainda conforme a CGU, recursos dos Ministérios da Agricultura e do Turismo foram
desviados pelos diretores de Organização Não Governamental e por um
ex-assessor de um ex-deputado federal de Pernambuco, responsável pelas
emendas parlamentares dos convênios. Os nomes da ONG e dos envolvidos
não foram divulgados.
Os crimes investigados são: formação de quadrilha ou bando; peculato ou
apropriação indébita de recursos públicos; e lavagem de dinheiro.
A CGU explicou que a Operação Remenda faz referência a um trocadilho de
palavras pelo fato de os recursos terem sidos liberados por emenda
parlamentar, ou seja, remendar um problema com outra emenda.