Eleito
oito vezes pela revista especializada “Down Beat” o melhor
percussionista do mundo, o pernambucano Naná Vasconcelos morreu nesta
quarta-feira, aos 71 anos. Dono de oito Grammys, Juvenal de Holanda
Vasconcelos estava internado no hospital Unimed III, em Recife, por
conta de um câncer de pulmão.
Em agosto de 2015, ele passou mal durante um show no Rio e ficou
hospitalizado por 20 dias na capital pernambucana, quando recebeu o
diagnóstico. Apesar da doença, Naná seguiu ativo nos últimos meses. No
mês passado, fez a tradicional apresentação de abertura do carnaval do
Recife e, em seu site, constavam quatro datas de shows pela Ásia, em
abril, ao lado do pianista, violonista e compositor Egberto Gismonti.
Recentemente, foi internado novamente por conta de uma crise
respiratória. Na noite de terça-feira sua família estava reunida com
ele, em um apartamento do hospital, devido à gravidade da situação.
Apesar de acreditar que “o Brasil é o único país em que a música faz
parte da vida”, Naná viveu fora do país por mais de 20 anos a partir de
1967, com algumas passagens pela terra natal. Morou na França e nos
Estados Unidos, onde participou da banda de nomes como Jon Hassel, Pat
Metheny, Evelyn Glennie, Jan Garbarek, e gravou mais de uma dezena de
álbuns. Entre 1978 e 1982, fundou o grupo de jazz Codona.
No Brasil, gravou com Caetano Veloso, Milton Nascimento, entre os
principais nomes da MPB. Com Egberto Gismonti, gravou um dos álbuns mais
marcantes de sua carreira: “Dança das cabeças”, de 1974.
Todo ano, era Naná o responsável por abrir o carnaval do Recife, à
frente de um grupo de 500 ritmistas de maracatu que se apresentam no
Marco Zero. Também esteve à frente do PercPan, festival que anualmente
traz percussionistas de todo mundo ao Brasil.
Com informações do O Globo.