domingo, 6 de março de 2016

Estratégia da oposição agora é focar no impeachment

O discurso do ex-presidente Lula no diretório nacional do PT após o depoimento à Polícia Federal na última sexta-feira (4) deixou a oposição preocupada. Nos bastidores, líderes dos principais partidos opositores comentam que a polarização do cenário e a intensa cobertura midiática abriram espaço para uma potencial vitimização do investigado na 24° fase da Operação Lava-Jato, denominada Aletheia.

Procurando evitar tal abordagem, as legendas entraram em consenso de que não mais falarão publicamente sobre o assunto, focando as ações no processo de impeachment da atual presidente, Dilma Rousseff. Em caso de perguntas sobre o assunto, a ordem é uma só: expressar total apoio às instituições responsáveis, mas dizer que o assunto concerne apenas aos envolvidos (PF e investigados).

A intenção a partir desta semana é usar as supostas delações premiadas do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo, como forma de pressionar o encaminhamento do impeachment de Dilma. 

Aécio Neves, presidente do PSDB, e Agripino Maia, presidente do DEM, já se manifestaram em discursos alinhados, destacando que a ação contra Lula é um assunto policial, e não político, reforçando que o objetivo central é mesmo o processo contra a atual presidente.
Expectativas

Os atos do dia 13 de março também são aguardados com esperança pelos principais partidos de oposição. A avaliação é que, se houver grande adesão às manifestações, o governo Dilma se enfraquecerá consideravelmente.

As perspectivas são especialmente promissoras para Michel Temer (PMDB-SP), atual vice-presidente da República e beneficiário direto em caso de impeachment, que deverá ser reconduzido à presidência do seu partido às vésperas dos protestos.