terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Preso em uma solitária por 43 anos, ex-Pantera Negra Albert Woodfox é libertado nos EUA

Ativista dos movimento negro deixou prisão no dia em que completou 69 anos; ‘nada vai reparar o confinamento desumano ao qual o Estado o submeteu’, diz a Anistia Internacional
Albert Woodfox deixou nesta sexta-feira (19/02) a prisão onde esteve encarcerado em uma solitária por 43 anos nos Estados Unidos, o que fez dele a pessoa que mais tempo ficou nesse tempo de confinamento no país. O ativista dos direitos dos negros deixou detenção no dia em que completou 69 anos.

Woodfox é o último dos chamados "três de Angola" — em referência ao nome do estabelecimento prisional onde estava — a ser libertado. Ele integrava o grupo dos Panteras Negras, que militava por autodefesa dos negros contra o racismo e a violência policial.

Reprodução/Facebook

Imagem divulgada pelo grupo Free All The Angola 3 


Em junho do ano passado, o juiz federal James Brady ordenara que Woodfox fosse libertado imediatamente e vetou um novo julgamento pelas acusações de ter assassinado o guarda prisional Brent Miller.

Ainda assim, o Estado da Louisiana entrou com recurso e o ativista continuou preso.

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"Nada vai reparar verdadeiramente o confinamento solitário cruel, desumano e degradante ao qual o Estado da Louisiana o submeteu", afirmou Jasmine Heiss, da Anistia Internacional.

Três de Angola

Os três Panteras Negras foram detidos em 1971 por um assalto à mão armada e foram levados para o Estabelecimento Prisional do estado do Louisiana — a maior prisão de segurança máxima dos EUA, conhecida como Angola, em referência a uma antiga plantação para onde os escravizados eram levados no século 19. Eles negaram qualquer participação em atos criminosos.