Albert Woodfox deixou nesta sexta-feira (19/02) a prisão onde esteve
encarcerado em uma solitária por 43 anos nos Estados Unidos, o que fez
dele a pessoa que mais tempo ficou nesse tempo de confinamento no país. O
ativista dos direitos dos negros deixou detenção no dia em que
completou 69 anos.
Woodfox é o último dos chamados "três de Angola" — em referência ao
nome do estabelecimento prisional onde estava — a ser libertado. Ele
integrava o grupo dos Panteras Negras, que militava por autodefesa dos
negros contra o racismo e a violência policial.
Imagem divulgada pelo grupo Free All The Angola 3
Em junho do ano passado, o juiz federal James Brady ordenara que
Woodfox fosse libertado imediatamente e vetou um novo julgamento pelas
acusações de ter assassinado o guarda prisional Brent Miller.
Ainda assim, o Estado da Louisiana entrou com recurso e o ativista continuou preso.
PUBLICIDADE
"Nada vai reparar verdadeiramente o confinamento solitário cruel,
desumano e degradante ao qual o Estado da Louisiana o submeteu", afirmou
Jasmine Heiss, da Anistia Internacional.
Três de Angola
Os três Panteras Negras foram detidos em 1971 por um assalto à mão
armada e foram levados para o Estabelecimento Prisional do estado do
Louisiana — a maior prisão de segurança máxima dos EUA, conhecida como
Angola, em referência a uma antiga plantação para onde os escravizados
eram levados no século 19. Eles negaram qualquer participação em atos
criminosos.