O
secretário-geral da CBF, Walter Feldman, se mostrou incomodado com os
termos usados pela mídia após a publicação da resolução da entidade
permitindo somente amistosos até 30 de janeiro. Alega que em nenhum
momento houve "veto" à Copa Sul-Minas-Rio, apesar de não ter dado
autorização para o torneio. O dirigente confirma que está em pauta com
as federações a possibilidade de redução dos estaduais para incluir a
competição no calendário de 2017. A proposta da Federação Gaúcha de
Futebol (FGF), de transferir parte do torneio para o meio do ano, não
foi bem recebida, justamente por caracterizar uma disputa. Feldman
considera que seria apenas uma forma de adiar o problema.
O cartola avalia que, para este ano, é impossível acomodar a competição. Indagado se, em 2017, o calendário teria espaço para incluir o torneio e se haveria chance de diminuir as competições estaduais, Feldman confirmou. Disse até já ter conversado com o presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, maior opositor da Liga, sobre o assunto.
- Sim, sim, é outra negociação. Quando a gente fala que avançamos muito na negociação, além de colocar para 2017, partidas amistosas, avançamos no critério técnico, que é uma obrigação do Estatuto do Torcedor. A Liga trabalha com critério de convite, que é proibido pelo Estatuto do Torcedor, não é bom. Introduzir o critério técnico inclusive para dar mais força aos estaduais. Negociamos com várias federações para haver uma adaptação do calendário estadual, eventualmente até adaptação do calendário nacional, entendendo que a Copa Sul-Minas-Rio vale a pena o esforço de todos. Quando a gente sinaliza isso tudo e dizem que a CBF veta, proíbe... Onde tem na nossa resolução que a CBF proibiu? A gente joga muito em desvantagem.
Sobre a proposta do presidente da FGF, Francisco Novelletto, para transferir três jogos da Copa Sul-Minas-Rio para junho, no mesmo período da Copa América, ele afirmou:
- Eu falei com o Novelletto. Disse que a
grande questão é que isso é um jeito de colocar o problema para frente,
porque vai ser um torneio. A gente acha que torneio não é bom. Não tem
data. Esse ano, vocês que mais trabalham a crítica a um calendário
brasileiro inchado, com muitas partidas, sem folga... Além de tudo isso,
tem Jogos Olímpicos, tem Copa América. Vamos fazer uma coisa planejada.
É a configuração de um torneio, em um calendário muito cheio, tem de
ser planejado um ano antes. Não pode ser de fevereiro para junho.
Feldman sinalizou ainda com a liberação de mais uma data para amistosos:
-
É, o que foi negociado, a reunião entre o Rubens e o Gilvan (Tavares,
presidente da Liga) sinalizou exatamente isso. Teriam partidas
amistosas, seria um grande número porque são 12 participantes, mostrando
que é algo que se pode transformar em um grande torneio, negociado,
como foi a Copa do Nordeste. Em 2010, fizeram desse jeito, apressado,
acelerado, açodado. Não deu certo. Depois sentaram todos e fizeram algo
que hoje tem uma importância nacional e está no calendário. É preciso um
pouco de boa vontade.