A recessão de 2015 vai custar ao país cerca de R$ 240 bilhões. São bens agrícolas e industriais que deixaram de ser produzidos e serviços que não foram prestados. Ou seja, uma grande quantidade de carros, máquinas, calçados, roupas etc. Não foi feita, e muitas consultas médicas, idas ao salão de beleza e trocas bancárias não ocorreram.
As consequências de uma queda da produção nessa magnitude são desemprego e menos investimentos. Até novembro, o desemprego já atingira 7,5%, comparado com 4,8% do mesmo período do ano passado.
O cálculo do custo da recessão foi feito a pedido da Folha por Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, com base na média prevista hoje pelos analistas de mercado, de uma queda de 3,7% do PIB. Para calcular o efeito da inflação e trazer o PIB de 2014 a preços atuais, a economista corrigiu o valor divulgado pelo IBGE (R$ 5,69 trilhões) pelo deflator do próprio PIB, que foi, na média, de 8%. A preços de hoje, o PIB pode cair de R$ 6,418 trilhões em 2014 para R$ 6,188 trilhões neste ano.
"Na verdade, o Brasil não tinha toda essa riqueza em 2014. O dinheiro na carteira dos brasileiros não pagava a gasolina, a energia e os dólares consumidos, porque estava tudo subsidiado", diz Francisco Pessoa, economista da LCA Consultores. Ele atribui a recessão à correção dos preços que permaneceram congelados em ano eleitoral e ao ajuste fiscal para compensar as "pedaladas do governo, que gastou muito mais do que reconheceu.
Para Latif, a recessão de 2015 já estava contratada por todos os erros de política econômica em 2014, mas não se sabia a intensidade.
A economista acredita que a situação se agravou, porque o governo não conseguir fazer o ajuste fiscal e perdeu o selo de bom pagador das agências de risco. A crise política também causou insegurança nos investidores. "É como o paciente com câncer que interrompe a terapia antes da cura e fica ainda mais frágil. No ano que vem, a situação pode ser ainda pior", diz Latif. Os analistas já não têm dúvida de que a recessão de 2015 contaminará 2016 e, em média, apostam em queda de 2,8% do PIB —se confirmada, serão mais uma centena de bilhões de reais perdidos.
Latif acredita que a queda de 2016 pode repetir os 4% deste ano, porque há poucas chances de o ajuste fiscal e as reformas estruturais saírem. Pessoa, da LCA, não acredita que a recessão de 2016 ultrapassará os 3%, porque a maior parte do ajuste de preços administrados foi feito e porque o dólar desvalorizado vai aumentar as exportações. "Mas tenho que reconhecer que, no início desse ano, eu não imaginei tamanho desastre. Tudo é possível", diz.
As consequências de uma queda da produção nessa magnitude são desemprego e menos investimentos. Até novembro, o desemprego já atingira 7,5%, comparado com 4,8% do mesmo período do ano passado.
O cálculo do custo da recessão foi feito a pedido da Folha por Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, com base na média prevista hoje pelos analistas de mercado, de uma queda de 3,7% do PIB. Para calcular o efeito da inflação e trazer o PIB de 2014 a preços atuais, a economista corrigiu o valor divulgado pelo IBGE (R$ 5,69 trilhões) pelo deflator do próprio PIB, que foi, na média, de 8%. A preços de hoje, o PIB pode cair de R$ 6,418 trilhões em 2014 para R$ 6,188 trilhões neste ano.
"Na verdade, o Brasil não tinha toda essa riqueza em 2014. O dinheiro na carteira dos brasileiros não pagava a gasolina, a energia e os dólares consumidos, porque estava tudo subsidiado", diz Francisco Pessoa, economista da LCA Consultores. Ele atribui a recessão à correção dos preços que permaneceram congelados em ano eleitoral e ao ajuste fiscal para compensar as "pedaladas do governo, que gastou muito mais do que reconheceu.
Para Latif, a recessão de 2015 já estava contratada por todos os erros de política econômica em 2014, mas não se sabia a intensidade.
A economista acredita que a situação se agravou, porque o governo não conseguir fazer o ajuste fiscal e perdeu o selo de bom pagador das agências de risco. A crise política também causou insegurança nos investidores. "É como o paciente com câncer que interrompe a terapia antes da cura e fica ainda mais frágil. No ano que vem, a situação pode ser ainda pior", diz Latif. Os analistas já não têm dúvida de que a recessão de 2015 contaminará 2016 e, em média, apostam em queda de 2,8% do PIB —se confirmada, serão mais uma centena de bilhões de reais perdidos.
Latif acredita que a queda de 2016 pode repetir os 4% deste ano, porque há poucas chances de o ajuste fiscal e as reformas estruturais saírem. Pessoa, da LCA, não acredita que a recessão de 2016 ultrapassará os 3%, porque a maior parte do ajuste de preços administrados foi feito e porque o dólar desvalorizado vai aumentar as exportações. "Mas tenho que reconhecer que, no início desse ano, eu não imaginei tamanho desastre. Tudo é possível", diz.