quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Cunha aceita pedido de impeachment da presidente Dilma

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), anunciou na noite desta quarta-feira que vai abrir o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O pedido, feito pelos juristas Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Flávio Costa, foi protocolado por líderes da oposição em outubro. O documento baseia-se nas pedaladas fiscais, que, segundo o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), se repetiram em 2015. A presidente Dilma Rousseff vai se pronunciar, no Palácio do Planalto, sobre a aceitação do pedido ainda nesta noite. 


— Não faço isso por motivação política e rejeitaria (o pedido) se estivesse em desacordo com a lei — disse Cunha, que ressaltou não ter comunicado ninguém do Palácio do Planalto. — É uma decisão de muita reflexão e dificuldade. Nunca na história de um mandato houve tantos pedidos de impeachment. Não tenho nenhuma felicidade no ato que estou praticando.

A opção de Cunha de abrir o processo de impeachment levou em conta, segundo aliados, o posicionamento do PT durante o dia. Aliados de Cunha afirmaram que o presidente da Câmara se sentiu enganado, uma vez que, pela manhã, o Palácio do Planalto havia acenado que o PT estaria unido a ele. À tarde, no entanto, os representantes do partido no Conselho de Ética afirmaram que votariam pela admissibilidade do processo contra Cunha dentro do Conselho.

O presidente da Câmara vai constituir uma comissão especial para avaliar o impeachment. Cunha também vai estudar a possibilidade de suspender o recesso parlamentar apenas para que a comissão funcione.

Aliados de Cunha também disseram que estão convictos de que, com a ação do presidente, ele vai reverter os votos do PSDB e do DEM no Conselho de Ética. O PSDB tem uma reunião de emergência marcada para esta quarta-feira para falar sobre o assunto.