Ataques com tiros e explosões deixaram ao menos 127 mortos em Paris, na
pior violência a atingir a França desde a Segunda Guerra (1939-1945) e
apenas dez meses depois da carnificina no semanário satírico Charlie Hebdo.
Cerca de cem pessoas
morreram na casa de shows Bataclan, no centro da capital francesa,
enquanto ao menos outras 20 morreram em outros cinco locais dentro e na
região de Paris, incluindo restaurantes e bares lotados, disse a
Promotoria francesa.
De acordo com fontes policiais, 11 pessoas foram mortas em um
restaurante francês no 10º distrito de Paris, enquanto outras três
morreram na explosão de bombas do lado de fora de um estádio de futebol.
O número de mortos na Bataclan, que abrigava um show de heavy metal do
grupo Eagles of Death Metal, surgiu após forças de segurança lançarem
uma ação no local, onde pessoas tinham sido feitas reféns.
A polícia invadiu o local, matando dois terroristas
e encontrando um sangrento cenário de horror. Posteriormente, a
Promotoria mencionou outros três terroristas mortos, mas não esclareceu
se na casa de shows ou em outros locais.
Em reação aos ataques, o presidente francês, François Hollande, declarou estado de emergência
em toda a França e fechou as fronteiras do país. "É um horror", disse
Hollande, que também posicionou o Exército na capital francesa, onde foi
imposto um toque de recolher.
ESTÁDIO
De acordo com o policial Gregory Goupil, houve dois ataques suicidas e
uma explosão perto do Stade de France, no norte de Paris, durante um
amistoso entre França e Alemanha. As explosões, simultâneas, aconteceram
perto de duas entradas e de um McDonald's.
Hollande acompanhava a partida no estádio, onde um repórter da
Associated Press afirmou que as explosões foram tão altas que se
sobrepuseram ao grito dos torcedores.
Os ataques aconteceram num momento em que a França aumentou as medidas
de segurança para a conferência do clima, que começa em duas semanas,
pelo temor de protestos violentos e de potenciais ataques terroristas.
Em pronunciamento,
o presidente dos EUA, Barack Obama, disse ter oferecido ajuda e suas
condolências às autoridades francesas. Ele prometeu continuar em
cooperação com a França para combater o terrorismo.
"Este não é um ataque só a Paris ou à França, mas um ataque à forma como
pensamos e aos valores que dividimos. Lembremos neste momento de
tragédia que os valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade são
valores que nós compartilhamos."
CHARLIE HEBDO
Emilioi Macchio, de Ravenna (Itália) tomava uma cerveja na esquina do
restaurante Carillon, quando o tiroteio começou. Ele contou não ter
visto nenhum atirador ou nenhuma vítima, mas que se escondeu em uma
esquina e então fugiu. "Pareciam fogos de artifício", disse.
A França tem estado sob tensão desde os mortíferos ataques de extremistas islâmicos, em janeiro, contra o semanário satírico e um supermercado kosher, que deixaram 17 mortos.
Le Carillon, um dos dois restaurantes que foram atacados nesta sexta,
está no mesmo bairro dos escritório do "Charlie Hebdo", assim como a
Bataclan.
O Exército francês vem bombardeando alvos do Estado Islâmico na Síria e no Iraque e combatendo extremistas na África. Grupos extremistas frequentemente ameaçaram a França no passado.