Dentro
das ações do Outubro Rosa, mês de conscientização para o combate ao
câncer da mama, o monumento Cristo Redentor recebeu pacientes que
enfrentam a doença para marcar a campanha e foi iluminado com a cor de
rosa. Houve apresentação musical com a DJ Scarlet e a violinista Daiana
Mazza e uma missa foi celebrada no local.
A presidenta da
Fundação Laço Rosa, uma das entidades promotoras do evento, Marcelle
Medeiros, diz que a estimativa é que 57 mil novos casos devem ser
diagnosticados no Brasil este ano. Segundo ela, a campanha Outubro Rosa,
que tem ações no Brasil desde 2002, ajudou a tornar o assunto mais
conhecido e discutido.
“Hoje a gente fala mais sobre esse
assunto, mas ainda falta um longo caminho até a gente efetivamente ter
outras políticas públicas de saúde, ainda falta uma longa estrada. É uma
questão da sociedade e do poder público, porque se a sociedade não se
mobiliza, o poder público vai fazer e ofertar aquilo que está ali. E se a
sociedade acha que tudo bem aquilo que está ali, então vai continuar
sendo aquilo. Então, na verdade, é um movimento de todos", disse.
Marcelle
lembra que não existe prevenção contra o câncer de mama, mas a detecção
precoce pode fazer a diferença entre a vida e a morte da paciente. A
enfermeira Vania dos Santos Maia foi diagnosticada com a doença em 2010
ainda no início. Se submeteu à quimioterapia, mastectomia e radioterapia
e teve metástase dois anos e meio depois do diagnóstico. Atualmente faz
tratamento para controle da doença. Para ela, é fundamental o apoio das
instituições de combater ao câncer.
“Tudo
isso que a gente vê no mês de outubro deveria se estender por todos os
meses do ano, porque é fundamental para quem está passando por esse
processo de tratamento, de controle contra o câncer, em busca da cura.
Se não fosse esse apoio, seria muito mais complicado para a gente.
Quando eu descobri o câncer de mama pela primeira vez, eu não conhecia
nenhuma mulher que tivesse, não fazia parte de nenhum grupo, não
conhecia nenhuma ONG, lutei sozinha e foi muito complicado para mim.
Tanto que eu tinha dificuldade de sair na rua careca. Quando eu conheci
toda essa maravilha das pessoas que apoiam a gente nessa luta, parece
que isso vai fortalecendo você cada vez mais e você consegue carregar
essa bandeira com muito mais facilidade”.
Hoje ela não costuma
usar peruca ou lenços, mas reconhece a importância dos acessórios para a
autoestima das pacientes que perdem os cabelos por causa do tratamento
de quimioterapia. “Eu me libertei, virei uma rebelde, tenho muitos
lenços, minhas amigas me mandam. Às vezes eu saio de lenço, mas eu tiro
tudo, eu me libertei. As amigas relatam que a parte mais difícil do
tratamento não foi a quimioterapia, foi ficar sem os cabelos. Então é
difícil porque envolve a vaidade, envolve a sua própria identidade, você
se olha no espelho e quer se enxergar, mas sem os seus cabelos você
fala 'cadê eu?' O cabelo é a moldura do rosto, você perde a sua moldura,
a sua identidade”.
O reitor do Santuário Cristo Redentor, padre
Omar Raposo, destaca que a primeira campanha que o Cristo Redentor
aderiu foi a Outubro Rosa. “Ele iluminado com essa cor maravilhosa nos
ajuda também a dar visibilidade a essa grande campanha de prevenção ao
câncer de mama, esse é o nosso objetivo em iluminar o Cristo Redentor:
rezar pelos enfermos e, ao mesmo tempo, pedir ainda mais ao poder
público e que a conscientização social seja de fato uma realidade entre
nós”.
O Cristo Redentor é iluminado de rosa dentro da campanha de
combate ao câncer de mama desde 2008. Também dentro das ações do
Outubro Rosa, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, zona
norte do Rio, promove até quarta-feira ações de esclarecimento e
orientações sobre a promoção da saúde da mulher na portaria principal da
unidade de saúde. Amanhã, haverá uma palestra com o diretor-geral do
hospital, Eduardo Jorge Bastos Côrtes e voluntários da Fundação de Apoio
à Escola Técnica (Faetec) oferecerão gratuitamente serviços de beleza
para o público.