Em evento na noite de ontem, o PDT filiou 43 prefeitos egressos do PROS
e de outros partidos no Ceará. A expectativa é que o número fosse
maior, mas muitos gestores faltaram à solenidade. O ex-governador Cid
Gomes informou que não há data prevista para sua adesão ao partido, que
deve ocorrer no mesmo ato de filiação de deputados estaduais e federais.
O governador Camilo Santana, do PT, prestigiou a programação, mas
afirmou que não vai antecipar o debate eleitoral.
No próximo dia 19, está marcado novo ato de filiação, desta vez do PDT
Mulher, a ser conduzido pela vice-governadora Izolda Cela, que deixa o
PROS. Cid Gomes destacou que outros prefeitos e vereadores ainda devem
se filiar ao partido em encontros regionais da agremiação.
Cid informou que a perspectiva é que pretensos candidatos a cargos
eletivos em 2016 possam trocar de partido até seis meses antes do pleito
(hoje o prazo é de um ano), mas ponderou que só vai dar a informação
como certa quando o projeto for sancionado. Deputados e vereadores
esperam a sanção da janela partidária, que vai permitir a troca de
partidos sem ameaçar os mandatos dos cargos proporcionais.
Centenas de lideranças, incluindo prefeitos e vereadores de diversos
partidos, compareceram à filiação coletiva ao PDT. O presidente nacional
do partido, Carlos Lupi, rasgou elogios aos ex-ministros Cid e Ciro
Gomes e ao prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. "É o único partido da
minha vida e será sua morada definitiva", declarou Lupi, referindo-se a
Ciro. Ele chegou a apostar que o gestor da Capital seria reeleito no
primeiro turno. Na ocasião, o governador Camilo Santana aplaudiu o
dirigente.
Em seu discurso, o governador petista reforçou estar no evento
cumprindo o papel de governador. Antes de se dirigir à mesa da
solenidade, Camilo limitou-se a dizer que só vai discutir as eleições de
Fortaleza no próximo ano. Hoje, há setores do PT que defendem
candidatura própria ao Executivo municipal.
Ministério
Carlos Lupi confirmou ao Diário do Nordeste que o nome mais provável
para assumir o Ministério das Comunicações é mesmo do deputado federal
André Figueiredo. Ele disse que o partido deve atender a um "apelo" da
presidente Dilma Rousseff, que tem insistido para que a legenda não
abandone a base aliada do Governo Federal. Segundo Lupi, ocupar mais uma
pasta do Planalto (hoje o PDT já está com o Ministério do Trabalho) não
inviabiliza a construção de um projeto do partido para 2018.
"Um coisa não tem nada a ver com a outra, porque há um pedido nesse
sentido, um apelo para o partido não sair da base aliada e nós estamos
sensíveis ao momento que estamos vivendo. Ainda não fechou, mas está
encaminhado (o ministério)", alegou.
O ex-ministro Ciro Gomes voltou a repetir que o seu papel é evitar uma
"escalada golpista", ao se referir à tentativa de impeachment de Dilma
Rousseff. No entanto, não poupou críticas ao Governo, fazendo referência
aos escândalos de corrupção e ao que chamou de "política estúpida" de
aumento de juros.
Nome mais cotado pelo PDT para uma eventual candidatura a presidente da
República, Ciro Gomes repassou os elogios ao irmão Ciro Gomes. "Ele é
que é o bom lá de casa e, se depender de mim, é quem vai seguir com essa
bandeira", destacou. O deputado estadual Ivo Gomes, irmão de Ciro e
Cid, não foi localizado no evento de ontem, que teve participação de
muitos deputados da base aliada do Governo do Estado. O cerimonialista
chegou a anunciar a presença de Ivo, mas ele não compareceu à mesa.
Lideranças
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, esteve ontem em
Fortaleza no ato de adesão ao PDT. Vereadores de outros partidos que
estavam no evento disseram ao Diário do Nordeste que estão estudando a
possibilidade de se filiar à agremiação. O vereador de Fortaleza Carlos
Mesquita, expulso do PMDB, estava no palco, mas diz que não tomou
nenhuma decisão. Outra presença foi do ex-vereador Aonde É, que
renunciou ao mandato após investigação de desvio de verba parlamentar.
Ele diz que foi ao evento como observador.
O prefeito Roberto Cláudio afirmou que, em uma etapa posterior, serão
discutidas alianças com vistas às eleições de 2016, em que ele tentará
reeleição. Acrescentou que a presença do presidente do PDT nacional e do
ministro do Trabalho em Fortaleza demonstram a relevância que o Ceará
deve ter para a construção de um projeto nacional.