segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Policiais vão trabalhar a pé no RS

São Paulo. Em meio à crise financeira que afeta o serviço público no Rio Grande do Sul (RS), policiais da Brigada Militar do Estado de ao menos quatro cidades deixaram de usar os veículos da corporação ontem e foram trabalhar a pé como forma de pressionar o governo a não parcelar os salários da categoria.

A Polícia Civil também adotou uma operação padrão neste fim de semana e só tem atendido às ocorrências de urgência nas delegacias. A medida é uma reação ao anúncio do governador José Ivo Sartori (PMDB) de parcelar os salários do funcionalismo público para quem ganha acima de R$ 2.150, caso dos servidores da Brigada Militar. O salário inicial de um policial de nível médio é de R$ 2.632.

Segundo informações do 19º Batalhão da Brigada Militar de Porto Alegre, ao menos dois batalhões da capital (19º e 20º), os de Santana do Livramento, Pelotas e Caxias do Sul estão com os carros na garagem devido à falta de manutenção e de documentos. Alguns veículos, de acordo com o batalhão, estão com os pneus carecas, sem freio e com lanternas quebradas.

O Batalhão de Operações Especiais, que fez o acompanhamento do jogo entre Internacional e Chapecoense, ontem, pelo Campeonato Brasileiro, foi a pé ao Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, de acordo com a PM.

Ricardo Agra, secretário-geral da Associação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar (Abamf), disse que os órgãos de segurança vão parar a partir de hoje. Polícias militares, bombeiros, policias civis, agentes penitenciários e peritos vão manter serviços de urgência.

Pedido de prisão

Por causa do descumprimento da ordem do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que proíbe o atraso ou o parcelamento dos salários dos servidores estaduais, policiais militares pediram a prisão de Sartori.