São Paulo. Em meio à crise financeira que afeta o
serviço público no Rio Grande do Sul (RS), policiais da Brigada Militar
do Estado de ao menos quatro cidades deixaram de usar os veículos da
corporação ontem e foram trabalhar a pé como forma de pressionar o
governo a não parcelar os salários da categoria.
A Polícia Civil também adotou uma operação padrão neste fim de semana e
só tem atendido às ocorrências de urgência nas delegacias. A medida é
uma reação ao anúncio do governador José Ivo Sartori (PMDB) de parcelar
os salários do funcionalismo público para quem ganha acima de R$ 2.150,
caso dos servidores da Brigada Militar. O salário inicial de um policial
de nível médio é de R$ 2.632.
Segundo informações do 19º Batalhão da Brigada Militar de Porto Alegre,
ao menos dois batalhões da capital (19º e 20º), os de Santana do
Livramento, Pelotas e Caxias do Sul estão com os carros na garagem
devido à falta de manutenção e de documentos. Alguns veículos, de acordo
com o batalhão, estão com os pneus carecas, sem freio e com lanternas
quebradas.
O Batalhão de Operações Especiais, que fez o acompanhamento do jogo
entre Internacional e Chapecoense, ontem, pelo Campeonato Brasileiro,
foi a pé ao Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, de acordo com a PM.
Ricardo Agra, secretário-geral da Associação dos Servidores de Nível
Médio da Brigada Militar (Abamf), disse que os órgãos de segurança vão
parar a partir de hoje. Polícias militares, bombeiros, policias civis,
agentes penitenciários e peritos vão manter serviços de urgência.
Pedido de prisão
Por causa do descumprimento da ordem do Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul que proíbe o atraso ou o parcelamento dos salários dos
servidores estaduais, policiais militares pediram a prisão de Sartori.