sábado, 11 de abril de 2015

Bem distante de “A Grande Família”, “Chapa Quente” aposta em humor batido


Encerrado o “BBB”, que ocupa um espaço fixo e diário na grade da Globo por quase três meses, a emissora reservou a noite de quinta-feira para a estreia de “Chapa Quente”. É a primeira comédia neste horário desde “A Grande Família”, que se despediu do público em setembro de 2014.

Muita gente entendeu, por isso, que a nova série seria uma espécie de sucessora da sitcom que ficou no ar por 14 temporadas. Claudio Paiva, o autor de “Chapa Quente”, foi roteirista de “A Grande Família”. O fiscal Mendonça, personagem de Tonico Pereira, fez uma participação especial na estreia da nova série. Lucio Mauro Filho, o Tuco, é um dos protagonistas.

Tem mais. São Gonçalo, segundo município mais populoso do Estado do Rio, terra de Agostinho Carrara, o genro que nenhuma sogra gostaria de ter, é o cenário de “Chapa Quente”. E a história se passa em um bairro de classe média baixa, como em “A Grande Familia”.

Um episódio é insuficiente para fazer afirmações muito categóricas. Ainda assim, apesar das muitas referências, parece haver bem pouco de “A Grande Família” em “Chapa Quente”, a começar pela humanidade dos personagens da primeira.

Houve também quem se lembrasse do subúrbio de “Pé na Cova” ao ver a nova série. Mas enquanto o programa de Miguel Falabella chama a atenção pelos tipos desajustados e pelo humor agridoce, “Chapa Quente” busca empatia com personagens bem batidos, piadas fáceis e o humor muito característico da dupla de protagonistas, Ingrid Guimarães e Leandro Hassum.

ChapaQuente2Ela é Marlene, a agitada dona de um salão de beleza, que esconde bebida alcoólica no pote de shampoo. Ele faz o marido, Genésio, que vive encostado na mulher, monta “escritório” dentro do bar e faz negócios com Marreta (Paulinho Serra), o típico picareta.

Há ainda Lucio Mauro Filho como um PM malandro, em dupla com o policial bobão (Eduardo Estrela), além de Tiago Abravanel e Renata Gaspar como assistentes do salão, ele fazendo papel de um gay fofoqueiro e ela como namorada de um presidiário.

Fiquei com a impressão de que “Chapa Quente”, diferentemente de “A Grande Família” e “Pé na Cova”, não quer correr risco algum nem fazer pensar muito. Que ao menos provoque boas gargalhadas – o que ficou devendo na estreia.