O primeiro dia de greve da categoria bancária em Fortaleza começou forte nessa terça-feira (30), tanto nos bancos públicos como nos bancos privados, quando foram paralisadas 272 agências em todo o Estado. A informações é do Sindicato dos Bancários do Ceará. De acordo com seus representantes, a categoria aderiu em massa ao movimento como forma de pressionar banqueiros e governo a atender as reivindicações apresentadas durante um mês e meio em mesa de negociação e até o momento sem respostas.
A força da categoria já arrancou uma proposta com aumento real somente com a deliberação da greve no último dia 24/9. Em negociação realizada no sábado, 27/9, os banqueiros ofereceram 7,35% de reajuste, proposta considerada ainda insuficiente pelo Comando Nacional dos Bancários.
“O que nós estamos cobrando nessa campanha salarial é que os banqueiros atendam nossas reivindicações econômicas, mas também todo o conjunto da pauta que aborda melhores condições de trabalho para a categoria e um melhor atendimento à sociedade. Pedimos o apoio e a solidariedade de todos, pois se nesse momento a população enfrenta dificuldades no atendimento nos bancos, esta já passou o ano inteiro nesse sofrimento. Muitas vezes não é permitido sequer que o usuário possa entrar na agência, pois os bancos empurram a população para ser atendida em correspondentes bancários”, destacou Marcos Saraiva, diretor do Sindicato e empregado da Caixa Econômica Federal.
“Os bancários foram à greve unicamente por culpa dos banqueiros, pois antes de paralisarmos as agências, insistimos em mesa de negociação para que fossem atendidas nossas reivindicações e, por pura intransigência dos banqueiros, o único meio que nos restou foi paralisar as atividades no Brasil inteiro para arrancar nossas conquistas”, completou Áureo Júnior, presidente da Apcef/CE e diretor do Sindicato.
O presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra, também culpou a intransigência dos banqueiros pela greve e destacou as péssimas condições de trabalho a que os bancários estão submetidos. “É inadmissível que o setor que mais lucra nesse País aposte no confronto com os trabalhadores, submetendo a população à interrupção das atividades e pagando para ver a força que a categoria bancária tem para se defender. O atendimento é muito ruim pela condição precária de trabalho, pela escassez de funcionários nas agências, sobrecarregando quem fica nos locais de trabalho, causando adoecimento, precarizando o atendimento e criando um caos que se vê dia-a-dia nas agências”, concluiu.
Entre as principais reivindicações dos bancários estão o reajuste salarial de 12,5% e a valorização do piso para R$ 2.979,25, valor equivalente ao salário mínimo calculado pelo Dieese. Os bancários também têm reivindicações que visam proteger o emprego, acabar com a terceirização e melhorar as condições de trabalho e saúde, como o combate às metas abusivas e ao assédio moral.
Depois de oito rodadas de negociação, os bancos só ofereceram 7,35% de reajuste (0,94% de aumento real) no salário, na PLR e nos auxílios, além de 8% (1,55% acima de inflação) de aumento no piso. A proposta dos bancos não atende nenhuma reivindicação sobre emprego, saúde, segurança, condições de trabalho e outras importantes demandas dos bancários.
* Com informações do Sindicato dos Bancários do Ceará