Mãe da biomédica Letícia Carneiro Ramalho, de 23 anos, que desapareceu na tarde de quarta-feira (10) após sair da faculdade onde trabalha, em Goiânia, a professora Ilka Maria de Souza Ramalho, de 43, afirmou que a família ainda não tem nenhuma pista do paradeiro da jovem. Desesperada, ela diz que a filha nunca teve problemas com ninguém e ainda tenta entender o que teria motivado o sumiço da garota.
"Estou muito triste, arrasada, sem chão. Não sei o que fazer, estamos todos muito preocupados. Ela é uma ótima filha, estudiosa, trabalhadora. Com 23 anos, já é formada e concursada na Saúde de Aparecida de Goiânia. Não tem explicação para o que ocorreu", disse Ilka ao G1.
A professora disse que tem um ótimo relacionamento com a filha, mas que se viam pouco devido à distância e a falta de tempo. "Última vez que eu conversei com ela foi no domingo [7], pelo Whatsapp. Conversávamos muito, mas como moramos longe uma da outra e trabalhamos muito durante a semana, a gente geralmente se encontrava no fim de semana", revela.
Ilka mora no Setor Alice Barbosa, em Goiânia, junto com o marido, que é padrasto de Letícia, e dois irmãos da jovem, um rapaz de 19 e uma garota de 13. Segundo ela, todos estão se esforçando para procurar a biomédica. "Ontem [quinta-feira, 11] passamos o dia todo buscando notícias, mas até agora não tivemos nada", lamenta.
Ela diz que nesta sexta-feira (12) vai procurar a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), onde foi registrada a ocorrência do desaparecimento, para saber como andam as investigações da polícia.
'Nervosa e chorando'
O noivo de Letícia, o também biomédico Thiago Salgado Moura, diz que falou com a jovem ao celular pouco antes do desaparecimento e que ela estava "nervosa e chorando muito".
Letícia e Thiago namoram há pouco mais de três anos e moram juntos há nove meses, no Jardim da Luz, na capital. No dia do desaparecimento, ela foi para casa, onde almoçou com o noivo. Em seguida, ele a levou para a faculdade, onde a jovem é professora de estágio.
"Ela estava muito nervosa, alterada e abalada. Não sei se tinha ocorrido algo, mas ela disse que não estava com vontade de ir para o trabalho. Tentei conversar para ver o que estava acontecendo, mas ela não disse nada e decidiu ir para a faculdade", contou Thiago ao G1.
O rapaz disse que deixou a noiva no trabalho, mas que 20 minutos depois recebeu um telefonema dela chorando e perguntando se ele poderia buscá-la. "Disse que já tinha chegado ao HDT [Hospital de Doenças Tropicais, onde trabalha] e que demoraria uns 15 minutos para sair. Então, ela me disse que iria andando para a casa, um trajeto de mais ou menos 20 minutos", lembra.
Thiago conta que ficou preocupado e tentou falar novamente com Letícia, mas o celular estava desligado. Ele então foi até a casa onde moram e não a encontrou. A última pessoa que teria visto a jovem foi uma vizinha do casal, que também é aluna dela no estágio.
Além dos parentes da jovem que moram em Goiânia, outros que residem no Tocantins, como tios e avós, vão viajar para a capital para acompanhar as buscas.