A iniciativa surgiu durante a Copa das Confederações. O vereador Eulógio Neto (PSC-CE) recebeu de cidadãos de Fortaleza pedido de ajuda para entrar em jogos de futebol. Na última terça-feira (8), começou a tramitar na Câmara Municipal o projeto de lei 90/2014, que garante acesso gratuito aos jogos no estádio Presidente Vargas por beneficiários do programa Bolsa Família.
Para ser aprovado, o projeto, que determina que 2% do total de ingressos de qualquer partida realizada no PV sejam destinados para beneficiários do programa, ainda aguarda a deliberação da Comissão de Legislação da Câmara. Depois, o mesmo precisará ser sancionado pelo prefeito Roberto Cláudio (Pros). ”Nós queremos dar o foco às pessoas que são carentes. É uma política de valorização ao povo da capital”, comentou o vereador.
A ideia do político não estabelece qualquer pré-acordo com os clubes mandantes das partidas no estádio. O objetivo é que esse número já seja de posse da Prefeitura de Fortaleza, com regimento da Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza (SDH).
“Não existe uma conversa direta. Independente de quem seja o mandante, sendo nesse equipamento, o equipamento tem que ceder para a Secretaria. Não importa quem está promovendo. O projeto não define isso e não quer saber quem é o mandante”, explicou Eulógio Neto.
O projeto também determina que os interessados estarão dispostos em fila e adentrarão ao estádio depois da apresentação do cartão Bolsa Família em nome do responsável familiar, a carteira de identidade e um comprovante de residência da família dos dois últimos meses. “Os clubes já ganham muito, já têm seu espaço. A federação também já tem”, finalizou o vereador.
Daniel de Paula, diretor jurídico do Fortaleza, clube que manda jogos no PV, acredita que a ideia é interessante. No entanto, a situação ainda necessita de um amadurecimento, avalia o dirigente.
“Primeiro, tem que haver um acordo com a Federação. Não é exclusivamente um problema do Fortaleza. Se esse projeto de lei for aprovado, tem que ser reconhecido pelo presidente da Federação ou organização que esteja sediando o confronto. A gente tem que conversar”, comentou o advogado. O Tribuna do Ceará entrou em contato com a Federação Cearense de Futebol. Porém, a gestora do futebol local não se pronunciou sobre o caso.