quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Batalhão de Choque não será utilizado para desocupar AL, afirma Tin Gomes

O Batalhão de Choque não será acionado para realizar a desocupação dos manifestantes que pernoitam no saguão de entrada da Assembleia Legislativa há uma semana. A informação foi dada por Tin Gomes (PHS), presidente em exercício na casa legislativa, à Redação Web do Diário do Nordeste após audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira (4) com professores, servidores e estudantes de universidades estaduais, que estão em greve há 36 dias.

"Não há possibilidade da gente utilizar a força. É um movimento pacífico", pontuou o deputado estadual. "Diferente de outros movimentos de educação em que pessoas infiltradas levaram ao confronto com a Polícia, eles mesmos [manifestantes] não estão permitindo a infiltração de ninguém fora do movimento, e isso é importante para que as negociações aconteçam com sucesso", ressaltou. 

A ocupação do saguão de entrada aconteceu após protesto realizado no plenário da Assembleia, em que um grupo de manifestantes realizaram ato alusivo ao Dia do Servidor Público e exigiram uma audiência com o governador Cid Gomes.

A audiência pública realizada hoje durou 5 horas e contou com a presença de lideranças dos movimentos sindicais e reitores da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Vale do Acaraú (UVA) e Universidade Regional do Cariri (Urca). Muitos grevistas vindos do Interior foram impedidos de entrar no prédio por não constarem na lista com 100 nomes elaborada pelos sindicatos a pedido da mesa diretora da Assembleia, provocando diversas reclamações entre os participantes. De acordo com Tin Gomes, a medida foi tomada para evitar a superlotação do auditório.

Deputados aconselham o fim da greve

O deputado José Sarto, líder do governo na Assembleia, fez um discurso pedindo objetividade ao movimento grevista e que fossem pontuadas reivindicações a serem encaminhadas ao governador Cid Gomes. O deputado reiterou que fosse realizado um grupo de trabalho com o governador, que duraria uma semana e em três turnos com as universidades estaduais, quando seria dada a oportunidade para todos explanarem os problemas nas instituições de ensino. Entretanto, esse encontro só seria realizado caso o movimento encerrasse a greve e terminasse o ano letivo.

Os petistas Camilo Santana e Francisco Pinheiro apoiaram a proposta, destacando os transtornos aos alunos provocados pela paralisação das aulas em Fortaleza e no interior do Estado. A proposta foi refutada pelos participantes.

Audiência termina com definição de 'encaminhamentos'

Por volta das 20h, após a fala de diversos estudantes, professores e servidores, os grevistas e a mesa coordenadora da audiência realizaram acordo de pontos que devem ser discutidos nos próximos dias: a definição de uma comissão formada por parlamentares para mediar uma audiência entre manifestantes e Cid Gomes, estabelecimento de um cronograma de negociações, reunião com lideranças de partidos e a realização de um requerimento a ser apresentado a plenária da Assembleia pedindo emenda orçamentária para a garantia de 5% do orçamento anual para as três universidades estaduais. 

Tin Gomes ressaltou que todos os assuntos discutidos com os manifestantes serão repassados ao governador Cid Gomes através de documento.