sábado, 28 de dezembro de 2013

17 armas foram apreendidas por dia em 2013 no Ceará

Por dia, uma média de 17 armas de fogo foi apreendida, no Ceará, no intervalo entre os meses de janeiro e novembro deste ano. Numa comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 4,2% na quantidade de armamento recolhido. Em 2012, 5.372 armas foram tiradas de circulação. Este ano, já são 5.598.

A Capital, que é composta por seis das chamadas Áreas Integradas de Segurança (AISs), de 1 a 6, concentrou o maior número de armamento apreendido: 2.251, no total. Em seguida, estão os municípios da Região Metropolitana (AIS 7 a 9), com 979 apreensões. Já na Região Sul, que concentra os 26 municípios da AIS-XI, foram recolhidos 597 itens.

Segundo o porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Fernando Albano, o crescimento das apreensões naquela região se deve à realização de operações de barreira e blitze, principalmente nos municípios que fazem divisas com outros estados, para evitar a entrada de mais armas no Ceará.

“Parte desse material é apreendido dessa forma, na ‘Operação Divisa’, próximo aos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí. Mas também tem as apreensões em flagrante, como nos casos de homicídio e roubo, além das denúncias anônimas e levantamentos da inteligência”, afirmou.

De acordo com Albano, a maioria das armas chega ao País através de contrabando internacional, principalmente pelo Estado do Mato Grosso. Em seguida, o material é distribuído para várias regiões do País. “A gente crê que seja dessa forma. Outra parte dessas armas são adquiridas através de roubo a vigilantes. Por isso, temos uma preocupação permanente com o desarmamento. Uma arma a menos é, no mínimo, um homicídio e um roubo a menos”, avaliou.

Após serem tiradas de circulação pela Polícia, as armas viram objeto de inquérito, na Polícia Civil. Uma vez periciado, o armamento é encaminhado para Justiça, que por sua vez remete a arma para as Forças Armadas, a quem cabe a destruição e consequente inutilização do material.

Especialista

Para o integrante da Rede Desarma Brasil, Duda Quadros, o aumento da apreensão de armas no Estado reflete a boa vontade da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) em diminuir os índices de violência no Estado. Porém, ele reconhece que, apesar de haver menos armas nas ruas, o número de criminalidade e homicídios não diminui.

“Por que o número de apreensões consequentemente não diminui os homicídios com arma de fogo? Precisa mais que isso. É preciso um diálogo entre Governo e sociedade civil organizada para que se trabalhe questões sociais e culturais”, avalia. Duda completa que a maior parte das armas apreendidas são de pequeno calibre, não possuem registro e são fruto de comércio ilegal.