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Foto Shutterstock |
O
Brasil registrou cerca de 162 solicitações de recuperação judicial (RJ)
no mês de janeiro deste ano, fato que representou um aumento de 8,7% em
comparação com o mesmo mês de 2024.
Apesar
do aumento nacional, o Ceará apresentou uma queda no número de
requerimentos em relação ao país, de três para um, durante o período. Os
dados são do Indicador de Falências e Recuperações Judiciais do Serasa
Experian.
A
maior parte do aumento dos pedidos de RJ no Brasil veio de micro e
pequenas empresas, responsáveis por 79,6% do total. Dentre os setores, o
de serviços liderou as solicitações, com 54 registros. “Indústria”
ficou em segundo lugar, com 47, e, em sequência, os setores “Primário”,
42, e “Comércio”, 19.
Esse
aumento significativo indica que muitas empresas enfrentam dificuldades
para manter a sustentabilidade de suas operações, recorrendo ao
Judiciário como última alternativa para evitar a falência.
Segundo
Abimael Carvalho, advogado especialista e vice-presidente da Comissão
Especial de Recuperação Judicial e Falência da OAB/CE, esse panorama
evidencia a importância do empresário realizar uma avaliação financeira
minuciosa para identificar precocemente sinais de dificuldades e
implementar estratégias preventivas, “convertendo dados financeiros em
informações valiosas sobre a saúde da empresa, auxiliando na tomada de
decisões estratégicas e antevendo dificuldades”.
O
especialista afirma também que o planejamento financeiro eficiente, com
a correta projeção e correção do fluxo de caixa, considerando as
condições reais e atuais do mercado, é essencial para evitar surpresas e
garantir que a empresa tenha recursos suficientes para suas operações.
No
entanto, o aumento no número de recuperações judiciais em 2025
demonstra que, infelizmente, a prevenção e as medidas de boa gestão
ainda não são uma prática comum no mercado. “Para este cenário, a
integração entre a análise financeira detalhada e a assessoria jurídica
especializada pode proporcionar uma melhor abordagem na gestão
empresarial, permitindo que a empresa identifique e mitigue riscos de
forma proativa, assegurando sua longevidade e sucesso no mercado”,
detalha o advogado.