Um colombiano de 31 anos, que está foragido, é suspeito
de ser o homem que atirou e matou o prefeito de Granjeiro, João Gregório
Neto, o João do Povo, morto no dia 24 de dezembro do
ano passado. A informação foi confirmada, nesta segunda-feira (27) pelo
delegado Luiz Eduardo da Costa Santos.
"Nós temos o suspeito de ser o executor material, o Manuel Fernando
Mateus Ariza, de 31 anos, a gente ainda não conseguiu encontrá-lo.
Chegamos ao nome dele através de investigações da tecnologia por meio de
extrações e quebra de sigilo de dados", disse.
O delegado afirmou ainda que o colombiano morava na região do Cariri e já era investigado ela prática de agiotagem.
Além do colombiano, mais dois suspeitos estão foragidos, são eles
José Plácido da Cunha, de 53 anos e Thyago Gutthyerre Pereira Alves, de
31 anos. Outras nove pessoas foram indiciadas pela polícia por
envolvimento no crime, além delas, cinco pessoas foram indiciadas por
falso testemunho.
A Secretaria da Segurança Pública divulgou, nesta
segunda-feira (27), a conclusão da primeira fase das investigações sobre
o homicídio. Até agora 17 pessoas ligadas, direta ou indiretamente ao
assassinato de 'João do Povo' foram presas ou tiveram medidas cautelares
cumpridas.
Ex-assessor seria assassinado
Um inquérito policial do último mês de junho aponta
que o ex-assessor de João do Povo seria assassinado após a morte de seu
ex-chefe. No documento, um bancário suspeito de estar envolvido no crime que vitimou o antigo gestor de Granjeiro, planeja a execução do ex-funcionário do político assassinado.
Conforme o inquérito da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE),
Geraldo Pinheiro de Freitas, de 67 anos, conhecido como Geraldo
Cândido, planeja matar Cícero Sebastião Vieira Freitas, o Kleber,
ex-assessor de João Gregório Neto. O bancário é também suspeito de ser
um dos financiadores do assassinato do antigo gestor de Granjeiro, morto
enquanto caminhava no município, em dezembro de 2019.
O plano da morte do ex-assessor, conforme o inquérito, foi descoberto por meio de uma ligação entre o bancário e Vicente Félix de
Sousa, pai de Ticiano da Fonseca Félix, vice-prefeito na mesma chapa
eleitoral, de 2016, de João do Povo. Vicente e Ticiano foram presos na última quarta-feira (15) por envolvimento na morte do antigo gestor de Granjeiro.
Durante a conversa, de acordo com o inquérito, Geraldo e Vicente
lamentam ainda o fim da amizade dos dois após a morte de João do Povo,
culpando o ex-assessor, Cícero Sebastião. Em seguida, Vicente orienta o
que a esposa do bancário deverá falar quando for chamada para depor
sobre o assassinato de João Gregório.
"Não fiquei surpreso"
Cícero Sebastião afirmou que soube há pouco tempo sobre o plano de
assassinato contra ele. O ex-assessor diz não estar surpreso com o plano
de execução, já que ele lutou para que a morte de João do Povo fosse
esclarecida. "Eu brigava por justiça. Sabia os riscos que eu corria,
mas, eu estava disposto a desvendar esse crime, inclusive se fosse pagar
com a própria vida".
O ex-assessor afirmou ainda que, antes da execução de João do Povo,
alertou ao então prefeito de Granjeiro sobre o crime. Conforme Kleber,
havia fortes indícios de que os suspeitos, como Ticiano Félix e Vicente
Félix, queriam a chefia da prefeitura, chegando a fazer denúncias
infundadas contra o gestor à época e tentando subornar vereadores,
oferecendo cerca de R$ 100 mil para os políticos.
"Viviam nas rádios da região, dando entrevistas. Faziam denúncias
infundadas. Quando não conseguiram pela Justiça, partiram para compra a
dos vereadores. Como conhecíamos os vereadores do município, eu procurei
o prefeito e disse: "João, cuidado que eles vão te matar". Avisei antes
do crime. E aí, foi só o que deu", afirmou o ex-assessor.
Justiça
Apesar da preocupação de ser apontado como o alvo de um assassinato,
Kleber afirma não buscar apenas proteção para a própria vida, mas também
busca a solução para a morte de João do Povo, por meio da prisão e condenação de todos os envolvidos no assassinato.
"A gente fica preocupado. Mas em nenhum momento devemos baixar a
cabeça. Conseguimos vencer uma batalha e vamos continuar até vencer uma
guerra, pois todos serão condenados. Que a Polícia continue trabalhando,
e que a justiça continue sendo feita", salientou o ex-assessor.
FONTE DN