Advogados
dos avós paternos de Marcelo Pesseghini disseram ter procurado a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos
Estados Americanos (OEA) para tentar reabrir o caso, cinco anos depois –
o episódio aconteceu em 5 de agosto de 2013, na zona norte de São
Paulo.
A
investigação policial foi concluída em 2013. Nela, ficou entendido que
Marcelinho, de 13 anos, baleou o pai e a mãe, ambos policiais militares,
a avó materna e a tia-avó. Em seguida, ele se suicidou com um tiro na
cabeça.
A
arma usada foi uma pistola .40 da cabo Andreia Bovo Pesseghini. Todas
as vítimas estavam dormindo, segundo a polícia. Os vizinhos, no entanto,
disseram não ter ouvido os disparos que mataram o menino, Andrea, Luís
Marcelo Pesseghini, sargento da Rota, a avó materna Benedita de Oliveira
Bovo e a tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva.
O
motivo do crime, segundo o laudo psiquiátrico, foi uma doença mental
que levou Marcelinho a acreditar que era personagem de um game, um
assassino profissional.
Em entrevista ao G1,
no entanto, os avós não acreditam que tenha sido o neto. “Choro muito
ainda. Ele jamais iria fazer isso com a mãe dele, o pai dele e os avós”,
afirma Maria José Uliana Pesseghini, de 68 anos.
A
advogada Roselle Soglio afirma que já encaminhou documentos à OEA que
comprovariam a inocência de Marcelinho. “Nesses cinco anos que se
passaram, a população toda sabe que houve uma injustiça em relação ao
caso Pesseghini”, diz.
O QUE DIZ A POLÍCIA
A
polícia informou ter depoimentos e laudos de balística que comprovam
que o garoto matou a família e se suicidou. Após matar a família com a
arma da mãe, Marcelinho pegou o carro dela e o dirigiu até a rua do
colégio onde estudava. Câmeras de segurança gravaram o veículo chegando e
o adolescente saindo dele.
Ele
dormiu dentro do automóvel e então foi para a aula. Lá, contou para os
amigos que havia matado a família, mas ninguém acreditou nele. Em
seguida, pegou carona com um amigo e voltou para casa, onde se matou.
No
entanto, a advogada da família alega que um perito particular aponta
ter ocorrido “manipulação” em vídeo usado para culpar o menino pela
chacina.
À
época do crime, Roselle comentou que a mãe de Marcelinho pretendia
revelar a seus superiores na Polícia Militar a descoberta de um esquema
de corrupção envolvendo policiais militares.