quinta-feira, 21 de julho de 2016

Novo dinossauro que viveu há 80 milhões de anos é descoberto na Patagônia

Foi descoberta na Argentina uma nova espécie de dinossauro que poderá ajudar a desvendar as controversas origens evolutivas do grupo ao qual pertence, o dos megaraptorídeos. O animal achado na Patagônia viveu há 80 milhões de anos, era carnívoro, bípede e foi batizado de Murusraptor barrosaensis.

A descoberta foi descrita em um artigo publicado na revista científica PLOS One, pela equipe liderada por Rodolfo Coria, do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas da Argentina e por Phillip Currie, da Universidade de Alberta, no Canadá.

O novo fóssil analisado no estudo foi descoberto em Sierra Barrosa, na província argentina de Neuquén, no noroeste da Patagônia e é um dos mais completos megaraptorídeos já encontrados, com uma caixa craniana excepcionalmente preservada, segundo os autores do estudo.
"Um novo dinossauro carnívoro, o Murusraptor barrosaensis, foi descoberto em rochas de 80 milhões de anos. Embora esteja incompleto, seus ossos muito bem preservados desvendam informações até agora desconhecidas sobre a anatomia do esqueleto dos megaraptorídeos, um grupo altamente especializado de predadores da Era Mesozoica", disse Coria.

Segundo Coria, as características únicas do crânio do Murusraptor barrosaensis levaram a equipe a concluir que se tratava de uma nova espécie do clado dos megaraptorídeos. O espécime parece ser imaturo, mas, de acordo com Coria, a espécie era maior e mais esguio que o gênero Megaraptor e comparável em tamanho aos gêneros Aerosteon e Orkoraptor.

Controvérsia

A Patagônia é conhecida por ser rica em fósseis do fim do período Cretáceo (de 145 a 65 milhões de anos atrás), incluindo diversos megaraptorídeos, um grupo de dinossauros carnívoros médios cujo nome significa "grandes saqueadores", em menção ao seu comportamento predatório.

O grupo inclui os gêneros Megaraptor, Orkoraptor e Aerosteon, da América do Sul, assim como gêneros da Austrália e do Japão. Todos têm grandes garras e ossos recheados de ar, como os das aves.

Há anos, os cientistas não chegam a um consenso sobre as origens evolutivas dos megaraptorídeos. A polêmica é se eles formam um clado dos alossaurídeos, ou dos coelurosaurídeos. Embora as análises filogenéticas ainda não sejam capazes de determinar claramente as relações evolutivas da nova espécie, os cientistas acreditam que as novas informações anatômicas fornecidas por seus fósseis podem ajudar a solucionar o enigma.

Fonte: Estadão Conteúdo