Depois de doze rodadas de negociações, a reunião entre os titulares de Relações Exteriores dos dois países em Seul terminou com o saldo de uma “resolução final e irrevogável” desse espinhoso capítulo de sua história.
“Esse assunto feriu profundamente a honra e a dignidade de muitas mulheres (...), o Governo japonês se sente altamente responsável por isso”, afirmou o chanceler japonês, Fumio Kishida. Ele também expressou “desculpas e arrependimento, de coração”, de parte do chefe do Governo, o primeiro-ministro Shinzo Abe, de acordo com a agência sul-coreana Yonhap.
A Coreia do Sul havia anos pedia que o Governo japonês expressasse desculpas formais e desse uma compensação para as vítimas antes que morressem (atualmente restam somente 46 sobreviventes no país, e todas com mais de oitenta anos), enquanto o Japão defendia que os assuntos decorrentes do período de colonização do país entre 1910 e 1945 já tinham sido encerrados com o acordo que normalizou as relações bilaterais, em 1965.
Durante seu primeiro mandato como primeiro-ministro, Abe chegou a rejeitar que o Exército do Japão tivesse utilizado “mulheres de conforto” sul-coreanas, termo do qual teve de se retratar depois dos fortes protestos da Coreia do Sul, que até ameaçou com graves consequências nas relações diplomáticas. Imperador do Japão expressa seu “remorso” por papel na II Guerra 70 anos após a bomba de Hiroshima, Japão exige o fim das armas atômicas.
O acordo põe em andamento um fundo de compensação às vítimas, que será administrado pelo Governo sul-coreano, no qual o Japão colocará 1 bilhão de ienes (cerca de 33 milhões de reais) dos cofres públicos. Nos anos noventa já havia sido estabelecido o Fundo de Mulheres Asiáticas, uma iniciativa japonesa para tal finalidade, mas muitas das vítimas não aceitaram as indenizações porque o projeto era administrado por cidadãos japoneses e não pelo Governo, o que interpretaram como um perdão pela metade.
Kishida disse que o pacto “marca o início de uma nova era nos laços entre a Coreia e o Japão”. Os dois países, apesar de aliados dos Estados Unidos na região e de dependerem economicamente um do outro, tinham reduzido enormemente seu diálogo e até os intercâmbios comerciais desde que Abe e a presidenta sul-coreana, Park Geun-hye, tomaram posse no final de 2012 e início de 2013, respectivamente.
A partir daí ambos reavivaram, com finalidade política, o nacionalismo em seus países, mas suavizaram suas posições nos últimos meses. A primeira reunião bilateral entre Park e Abe foi no início de novembro e nela ficou patente a vontade comum de solucionar o conflito sobre as escravas sexuais, como prioridade. Park disse publicamente que esperava que a questão se resolvesse antes do término deste ano, que marca o 70º aniversário do fim da II Guerra Mundial e meio século após a normalização das relações bilaterais.
“Esse assunto feriu profundamente a honra e a dignidade de muitas mulheres (...), o Governo japonês se sente altamente responsável por isso”, afirmou o chanceler japonês, Fumio Kishida. Ele também expressou “desculpas e arrependimento, de coração”, de parte do chefe do Governo, o primeiro-ministro Shinzo Abe, de acordo com a agência sul-coreana Yonhap.
A Coreia do Sul havia anos pedia que o Governo japonês expressasse desculpas formais e desse uma compensação para as vítimas antes que morressem (atualmente restam somente 46 sobreviventes no país, e todas com mais de oitenta anos), enquanto o Japão defendia que os assuntos decorrentes do período de colonização do país entre 1910 e 1945 já tinham sido encerrados com o acordo que normalizou as relações bilaterais, em 1965.
Durante seu primeiro mandato como primeiro-ministro, Abe chegou a rejeitar que o Exército do Japão tivesse utilizado “mulheres de conforto” sul-coreanas, termo do qual teve de se retratar depois dos fortes protestos da Coreia do Sul, que até ameaçou com graves consequências nas relações diplomáticas. Imperador do Japão expressa seu “remorso” por papel na II Guerra 70 anos após a bomba de Hiroshima, Japão exige o fim das armas atômicas.
O acordo põe em andamento um fundo de compensação às vítimas, que será administrado pelo Governo sul-coreano, no qual o Japão colocará 1 bilhão de ienes (cerca de 33 milhões de reais) dos cofres públicos. Nos anos noventa já havia sido estabelecido o Fundo de Mulheres Asiáticas, uma iniciativa japonesa para tal finalidade, mas muitas das vítimas não aceitaram as indenizações porque o projeto era administrado por cidadãos japoneses e não pelo Governo, o que interpretaram como um perdão pela metade.
Kishida disse que o pacto “marca o início de uma nova era nos laços entre a Coreia e o Japão”. Os dois países, apesar de aliados dos Estados Unidos na região e de dependerem economicamente um do outro, tinham reduzido enormemente seu diálogo e até os intercâmbios comerciais desde que Abe e a presidenta sul-coreana, Park Geun-hye, tomaram posse no final de 2012 e início de 2013, respectivamente.
A partir daí ambos reavivaram, com finalidade política, o nacionalismo em seus países, mas suavizaram suas posições nos últimos meses. A primeira reunião bilateral entre Park e Abe foi no início de novembro e nela ficou patente a vontade comum de solucionar o conflito sobre as escravas sexuais, como prioridade. Park disse publicamente que esperava que a questão se resolvesse antes do término deste ano, que marca o 70º aniversário do fim da II Guerra Mundial e meio século após a normalização das relações bilaterais.