PARIS
— Três pessoas foram feridas, duas delas a tiros, nesta sexta-feira em
um trem que fazia a rota Amsterdã-Paris. O suspeito, um marroquino de 26
anos, estaria armado com um fuzil Kalashnikov. Ele acabou dominado por
passageiros militares e preso quando o trem foi desviado e chegou à
estação de Arras, em Pas-de-Calais. Duas vítimas estão em estado grave.
O crime ocorreu às 17h45m (hora local).
“Os viajantes estão em segurança, a situação está controlada. O trem
foi parado e as equipes de emergência estão no local”, informou a
empresa Thalys no Twitter. Ele tinha arma de fogo e faca, segundo as
autoridades.
Dois
militares da Marinha americana ouviram o som de uma arma sendo
carregada dentro de um banheiro, contaram fontes oficiais. Eles se
atracaram com o suspeito, e nesse momento os tiros foram disparados.
Duas pessoas foram baleadas. Uma delas seria um dos militares, enquanto o
outro teria sido esfaqueado.
O ator Jean-Hugues Anglade, que trabalhou em filmes como "Betty
Blue", "Nikita - criada para matar", "A rainha Margot", "História de um
massacre" e “37º2 le matin” e a série “Braquo”, cortou a mão ao quebrar o vidro para dar o sinal de alarme. Ele passa bem.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, foi para a cidade. Segundo
ele, a procuradoria antiterrorismo investiga o ataque, mas não há
garantia de relação com qualquer outro ataque recente de militantes.
— É importante expressar nossa gratidão aos passageiros americanos,
que foram particularmente bravos pelo que fizeram. Poderíamos ter
sofrido uma terrível tragédia — ele declarou.
O presidente Barack Obama também elogiou a pronta ação, classificando-a como heroica, e salvando "muitas vidas".
Premier belga, Charles Michel comentou o ataque e o classificou como de cunho terrorista.
A França está em grande alerta antiterrorismo desde o atentado ao
semanário satírico "Charlie Hebdo". Os eventos que se seguiram ao ataque
armado em Paris deixaram mais de 20 mortos. Recentemente, o país
aprovou uma lei antiterror criticada por aumentar drasticamente poderes
de vigilância contra cidadãos comuns através das comunicações.