Foto Marcello Casal Jr/ Agência Brasil |
No
Ceará, homens em cargos de liderança recebem salários até 230% maiores
do que suas colegas mulheres. É o caso de profissionais de extração de
petróleo: predominantemente masculino, o setor paga até R$ 23 mil para
os chefes, mas as líderes têm remuneração de apenas R$ 6,9 mil.
Os
números constam na plataforma de inteligência da Federação das
Indústrias do Ceará (Fiec), com base em dados da Relação Anual de
Informações Sociais (Rais), de 2022, último ano disponível.
A
pesquisa contemplou ocupantes de cargos de alta gestão, incluindo
diretores, gerentes e dirigentes públicos. Os dados comprovam que,
embora haja progressos, as mulheres ainda enfrentam obstáculos para
ascender e se consolidar em posições de liderança.
Diante
dessa realidade, a adoção da agenda ESG pelas empresas se torna urgente
para transformar o mercado de trabalho marcado pela desigualdade de
gênero, complementando as políticas públicas.
O
caso recente envolvendo o empresário Tallis Gomes, fundador do
aplicativo Easy Taxi e CEO da G4 Educação, que vilipendiou da capacidade
das mulheres de exercerem cargos de chefia, exemplifica bem o
anacronismo detectado pelos dados e o papel do setor privado nesse
processo.
A
igualdade salarial entre homens e mulheres é garantida por lei desde a
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), sancionada em 1943. No
entanto, na prática, a realidade é outra, principalmente porque não
havia fiscalização. Em 2023, foi criada a legislação nº 14.611/2023 para aplicar sanções mais duras a quem descumprir a regra.