A
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – Funceme
divulgou a primeira edição do Anuário de Focos de Calor do estado do
Ceará. As informações são referentes ao ano de 2023.
O órgão utilizou dados de 10 satélites, sendo oito de órbita polar e dois geoestacionários.
No
documento, indica-se que o Ceará apresentou 93.829 focos de calor. A
distribuição espacial e temporal mostra maior densidade nas regiões Sul e
Noroeste do estado.
O
período crítico de detecções de focos de calor ocorreu entre os meses
de setembro e dezembro, atingindo seu ápice em outubro, com um total de
28.787 focos.
Os
municípios com os maiores registros foram: Icó (3.748 focos), Acopiara
(3.085), Mombaça (2.800), Saboeiro (2.152) e Crateús (2.094). O
município de Várzea Alegre está na 8ª posição com 1.673 de focos, o
equivalente a 1,78%.
Além
de disponibilizar informações sobre o comportamento da distribuição e
do quantitativo dos focos de calor no estado do Ceará ao longo do ano de
2023, o documento Anuário de Focos de Calor tem por objetivo também de
demonstrar as ações de apoio realizadas pela Funceme, junto às defesas
civis e o Corpo de Bombeiros, no enfrentamento de combate aos incêndios
florestais.
Desde
de 2005, a Funceme é responsável, no contexto do Programa Estadual de
Prevenção, Monitoramento e Controle de Queimadas aos Incêndios
Florestais (Previna), pelo monitoramento de queimadas e incêndios
florestais sobre o território cearense, e das condições meteorológicas
que potencializam a ocorrência e a propagação do fogo na vegetação.
De
acordo com o pesquisador Frank Baima, o conhecimento da dinâmica do
fogo, tanto na variabilidade espacial quanto na temporal, é de
fundamental importância para a definição de ações estratégicas no
enfrentamento e combate aos incêndios florestais em uma determinada
região.
“O
Anuário elaborado pela Funceme tem como objetivo apontar as regiões de
maior incidência em relação às detecções de focos de calor, indicando os
municípios, áreas de conservação e até mesmo trechos de rodovias mais
impactadas pelo fogo”, explica.
Ainda
de acordo com Baima, apesar de os números de queimadas estarem
majoritariamente atrelados à questão antrópica, as condições climáticas
também possuem um importante influência nos registros de fogo na
vegetação no estado, principalmente no segundo período do ano, quando há
condições de tempo quente, seco e ventos intensos que, por
consequência, favorecem o alastramento do fogo na vegetação, favorecendo
incêndios florestais.
Tais
informações servem como base para ações de contingência da Defesa Civil
e do Corpo de Bombeiros no enfrentamento e combate aos incêndios
florestais no estado do Ceará para o segundo semestre de 2024.