quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Pesquisadores do Ceará projetam capacete para atender crianças com doenças respiratórias

Foto Camila Lima
Uma das inovações tecnológicas mais premiadas do Ceará, o capacete Elmo deve ganhar, em 2024, uma versão pediátrica: o “Elminho”, destinado a bebês e crianças com complicações por doenças respiratórias. O projeto foi anunciado nesta quarta-feira (25) em evento na Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal do Ceará (UFC).

O dispositivo de ventilação foi pensado para ajudar na respiração e evitar a intubação de pacientes pediátricos, e será utilizado em pequenos de 6 meses a 14 anos de idade. Por enquanto, o Elminho está em fase de estudos e busca de apoio e recursos para ser viabilizado.

“A 1ª etapa é desenvolver o dispositivo, testar em pacientes e tornar um produto viável para produção. A 2ª etapa é ele ser adotado pelo sistema de saúde”, informa Marcelo Alcântara, professor do Departamento de Medicina Clínica da UFC e idealizador do capacete Elmo.

O protótipo será elaborado até abril, e o “teste número 1” do capacete em crianças será feito ainda neste semestre, segundo Marcelo. Para isso, é necessária a estruturação do Laboratório da Respiração (RespLab) da UFC e a captação de voluntários.

Após os primeiros testes, o Elminho começará a ser utilizado em pacientes pediátricos com problemas respiratórios no Hospital Geral Waldemar de Alcântara (HGWA) e no Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), ambos da rede estadual. A previsão é de que essa fase ocorra entre maio e agosto de 2024.

Marcelo explica que, além do tamanho, as diferenças entre o Elmo e o Elminho são necessárias porque “a população pediátrica, principalmente bebês e crianças menores de 10 anos, precisa de um tipo de dispositivo peculiar”.

“Para bebês, por exemplo, ele será fixado de outra forma, no ‘bumbum’. Na criança maior, terá outro formato. O capacete tem que ser muito mais confortável e ter um design atraente à criança e à família, pra que tenha uma boa aceitabilidade boa, usabilidade e segurança”, define o pesquisador.

O orçamento necessário para tocar o projeto e fabricar os capacetes Elminho foi estimado ainda durante a pandemia de Covid, de modo que está “defasado”, como pontuou Marcelo.

“A equipe deve se reunir com apoiadores e definir o investimento a ser feito para trazer o Elminho à prática”, frisa, lamentando a “dificuldade” de obter apoio neste momento “pós-pandemia”.

Com informações do Diário do Nordeste.