Foto Valter Campanato / Agência Brasil |
As
temperaturas elevadas não provocam efeitos negativos somente no ser
humano. Também os animais, sejam domésticos ou de produção, estão
sujeitos a perigos provocados pelo calor extremo, alertou nesta última
terça-feira (14), a professora do Instituto de Zootecnia da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Ana Lúcia Puerro de Melo.
“Todos eles estão sujeitos a estresse pelo calor com essas ondas de
calor tão extremas”.
Quando
se pensa em animais domésticos, que vivem dentro das casas, os
principais cuidados que devem ser tomados incluem propiciar um ambiente
com conforto térmico, isto é, com sombra, água fresca, verificar se a
vasilha está limpa e com água fresca, trocar a água com frequência,
verificar o comportamento do animal, se está se alimentando, defecando e
urinando normalmente, recomenda a professora.
Diante de qualquer comportamento ou indício de desconforto ou de que ele não está bem, a recomendação é procurar um veterinário.
“No
caso de animais de produção, o nível de estresse de calor é bastante
grave. Dependendo da espécie e da raça, pode aumentar a taxa de
mortalidade”, esclareceu a professora da UFRRJ.
Mesmo
animais que são alojados em galpões que, em tese, são ambientes
sombreados, o calor muito excessivo pode ampliar o índice de
mortalidade. As aves são um exemplo.
Instalações
Quando
são animais de produção, há cuidados que podem ser tomados antes da
instalação da atividade, que seria pela escolha das raças que são mais
adaptadas, e também pela instrução da construção das instalações, que
devem garantir sombreamento, com fornecimento de água limpa. No manejo,
podem ser feitas também alterações, como evitar estressar os animais com
manejos em momentos de maior pico de temperatura, mas deixá-los em
repouso, tentar fazer compensações. “Se você notar que o animal diminuiu
a ingestão de comida, deve-se tentar compensar isso no momento em que a
temperatura diminui, com colocação de novo alimento fresco para
incentivar a compensação dos períodos de calor”.
Ana
Lucia disse que a cães e gatos podem ser oferecidos alimentos
diferentes, palatáveis, que já vêm com um nível de umidade maior, porque
isso também estimula a ingestão de líquidos, que é essencial. “Apesar
de ser muito similar ao que se recomenda para os seres humanos, como
diminuir a atividade, a movimentação, isso serve também em relação ao
manejo dos animais, que é deixá-los em repouso em momentos de maior
calor, evitar exposição ao sol desnecessária, manter o fluxo de água
limpa e fresca, para que isso estimule o consumo. Serve para eles e para
nós também”.
Segundo
Ana Lúcia, o estresse pelo calor é negligenciado até para os seres
humanos. “A gente vê muitas campanhas do agasalho, no frio, mas nesses
dias quentes, inclusive para os seres humanos que estão em situação de
vulnerabilidade, muitas vezes não dispõem de um local decente para tomar
um banho ou beber uma água potável em temperatura adequada, é essencial
que haja conscientização sobre isso também”.