O vídeo de um homem espancando as filhas na praia de Itapuã, na Bahia, viralizou nas redes sociais e tem causado revolta desde o último sábado (31). O homem registrado nas imagens, identificado como Angelo Manoel, gravou um vídeo nesta terça-feira (3) dando a versão do caso e tentou justificar a agressão no local público.
As imagens iniciais, gravadas por um dos transeuntes da praia na data do Réveillon, mostra duas meninas se aproximando do pai e, em seguida, recebendo chineladas do homem, enquanto uma delas é até jogada contra o chão.
Agora, nas novas imagens divulgadas, Angelo afirmou que teria se revoltado com as crianças após elas se perderem em meio à multidão. Segundo ele, elas teriam sido avisadas dos riscos.
"Eu errei e passei dos limites, mas eu não matei minhas filhas, elas estão aqui comigo, sob os meus cuidados. Eu que cuido e levo para a escola. Minha vida é baseada nas minhas filhas. O único dinheiro que eu tinha eu quis ir para a beira da praia com a minha família", disse, alegando que "é um pai e não um monstro".
A cantora carioca Ludmilla foi uma das que se revoltou com o caso. Ela lamentou e cobrou atuação do Ministério Público da Bahia, em publicação nas redes sociais. "Não existe contexto que justifique essa violência", disse a cantora.
"O que mais me deixa indignada é que ninguém fez nada. Bora fazer alguma coisa @MPdaBahia!", escreveu.
Repercussão nas redes
No mesmo registro, o homem ainda continua lamentando a repercussão e chegou até mesmo a afirmar que não tem condições de contratar um advogado.
"Estou foragido, não sei como me apresentar, não tenho dinheiro para advogado. Uma pessoa que estava usando drogas me prejudicou. Muitos ali na hora falaram que eu estava certo. Eu reconheço que passei dos limites, mas não matei minhas filhas. Não dei cacetada, não dei facada, não dei paulada", disse.
Angelo definiu, por fim, o momento como uma espécie de fraqueza. "Eu fiz errado, gente, mas eu não sou esse monstro. Sou um pai de família e o que eu fiz foi por amor, porque eu não queria que elas fossem mais para a beira da praia. A minha intenção foi essa", finalizou.
A 15ª Companhia Independente não teria sido acionada para o caso, segundo informou a Polícia Militar, mas investigações sobre a situação já estão sendo realizadas pela Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Contra Criança e Adolescente.