A coluna apurou que o GSI tentou autorização para que o sargento andasse armado pelo saguão de embarque do Galeão, mas o uso de armamento foi vetado pela Polícia Federal.
Carlos Bolsonaro saiu do Brasil no dia 23 dezembro do ano passado às 9h, no voo LA 6348, com destino à Atlanta, nos Estados Unidos. O voo é operado pela Delta e comercializado pela Latam. A viagem foi feita uma semana antes do então presidente Jair Bolsonaro sair do Brasil, também com destino aos Estados Unidos.
Quando saiu do Brasil, Carlos aproveitava o recesso da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O plenário da casa legislativa só volta a funcionar no dia 15 de fevereiro, mas, ainda assim, alguns vereadores continuaram a frequentar, durante o mês de janeiro, seus gabinetes no Palácio Pedro Ernesto, porque problemas da cidade do Rio de Janeiro não deixaram de prejudicar a população.
Havia obrigação legal do GSI de proteger Carlos Bolsonaro até o fim do ano, porque o órgão é responsável não só pela segurança do presidente da República, mas também pela integridade de seus familiares durante o exercício do mandato.
Em ofício a que a coluna teve acesso, o GSI não especifica se havia riscos concretos de segurança e ainda omite o nome de Carlos Bolsonaro no pedido de autorização para ingresso do sargento ao saguão de embarque.
O órgão só alegou à concessionária do Aeroporto do Galeão que “conforme análises de risco e planejamentos de segurança realizados, se faz necessário o ingresso do agente de segurança pessoal nos saguões de embarque e desembarque dos aeroportos (...)”.
O sargento foi autorizado a ingressar sem arma na área de embarque no dia do voo de Carlos Bolsonaro.
A última escolta do vereador, pelo GSI, chamou atenção de policiais federais por três motivos. Primeiro, porque o órgão tentou esconder da própria Polícia Federal que o familiar escoltado seria Carlos Bolsonaro. Isso só foi revelado após cobrança de esclarecimentos.
Segundo, porque o GSI quis colocar um homem armado em um saguão de embarque, área que já é protegida e controlada por policiais federais e por seguranças privados da concessionária do aeroporto.
Terceiro, porque a saída do Brasil ocorreu em momento no qual tanto Carlos quanto Jair tentavam evitar serem ligados a atentados terroristas de bolsonaristas, como os ataques em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano e no dia 12 de dezembro de 2022. A Polícia Federal abriu inquéritos para investigar os atos golpistas e Bolsonaro é oficialmente investigado pela suspeita de que incitou e/ou orquestrou os ataques.
Procurado, o advogado de Carlos Bolsonaro, Antônio Carlos Ribeiro Fonseca, disse que o vereador “não tem encaminhado informações/respostas sobre esse tipo de demanda da viagem dele”.