terça-feira, 8 de novembro de 2022

Subvariante ômicron, chuva e atraso na 4ª dose contra o coronavirus podem favorecer nova onda no Ceará


Foto Helene Santos
A presença da nova subvariante ômicron BQ.1 do coronavírus em estados brasileiros reacende a preocupação sobre a Covid no Ceará. O Estado ainda não tem registro de casos, mas a futura chegada da mutação é dada como certa por especialistas.

Fatores como a quadra chuvosa e a grande quantidade de pessoas com esquema vacinal ainda incompleto podem favorecer a disseminação da BQ.1 nas cidades cearenses, como explica o infectologista Keny Colares.

A chegada dessa variante é quase certa. A grande questão é qual o tamanho do problema que ela pode causar. Se as pessoas estiverem bem imunizadas, já é um passo pra que cause doença mais leve, sem tantos internamentos.

KENY COLARES

Infectologista

O Ceará tem registrado, desde outubro, uma média de 50 casos de Covid por semana. Entre os dias 2 daquele mês e 4 de novembro, houve duas mortes pela doença. Os dados são do Integra SUS, plataforma da Secretaria da Saúde (Sesa).

Em paralelo, os números da vacinação preocupam. Pelo menos 4,7 milhões tomaram a 3ª dose da vacina no Ceará há 4 meses e, portanto, já podem e devem garantir a 4ª dose – mas só 1,8 milhões já se imunizaram com a D4, como apontam dados da Sesa.

RISCOS DE NOVA ONDA

Fábio Miyajima, coordenador de Vigilância Genômica da Fiocruz Ceará e especialista em saúde pública, afirma, por outro lado, que “a quadra chuvosa não tem necessariamente coincidido com o agravamento da pandemia e de suas diversas ondas”.

“O que tem acontecido é que a Covid-19 não tem nenhum padrão de previsibilidade ou de variação sazonal. Tem muito a ver com os hábitos e movimentos da população, com as medidas sanitárias e com a emergência de novas variantes”, pondera.

Miyajima alerta que o risco de a subvariante gerar uma nova e significativa onda de Covid é maior “à medida em que as pessoas têm se tornado menos vigilantes”.

“Além de diversas pessoas não terem tomado a D4, seria importante que vacinas atualizadas sejam, num futuro próximo, introduzidas no nosso país. Importante também é conscientizar as pessoas de que, se estiverem com sintomas ou doentes, evitem sair de casa”, complementa.

Com informações do Diário do Nordeste.