A Covid-19 já matou mais crianças, com idade de 6 meses a 3 anos, do que as doenças que podem ser prevenidas com vacinas já mataram em uma década. Segundo dados do Observatório de Saúde na Infância, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Unifase), o novo coronavírus registrou mais do que o triplo de mortes desse grupo do que patologias como sarampo e hepatite B registraram ao longo dos últimos dez anos no Brasil. Levantamento foi publicado nesta segunda-feira, 25, no site da instituição.
O estudo foi feito a partir do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), desenvolvido pelo Ministério da Saúde (MS), e leva em consideração o impacto da Covid em 2020 e em 2021 em crianças dessa faixa etária.
Para a análise, foi considerada a Lista Brasileira de Mortes Evitáveis para menores de 5 anos. Ou seja, de óbitos que foram provocados por patologias que podem ser prevenidas por meio de imunização.
As doenças analisadas foram: neurotuberculose, tuberculose miliar, tétano neonatal, tétano, difteria, coqueluche, poliomielite, sarampo, rubéola, hepatite B, caxumba, rubéola congênita, hepatite viral congênita e meningite meningocócica do tipo B.
Logo em seguida, foi realizado o levantamento do quantitativo de mortes pelo novo coronavírus que ocorreram com crianças de 6 meses a 3 anos entre 2020 e 2021.
Nesse período, o Brasil registrou 144 óbitos de crianças de 6 meses a 3 anos como resultado de doenças preveníveis. Já a Covid-19, em um período de dois anos, matou 539 crianças nessa faixa etária- mais do que o triplo.
Imunização do público infantil
O Ministério da Saúde recomendou, ainda neste mês, o início da vacinação contra a Covid-19 em crianças de 3 e 4 anos de idade- utilizando o imunizante da CoronaVac. Até então esse público não estava sendo contemplado.
A recomendação inicial do órgão era a de que os estados começassem a campanha utilizando as doses em estoque, medida que foi adotada por cidades como Fortaleza. Contudo, algumas capitais do Brasil ainda não conseguiram iniciar a vacinação das crianças dessa faixa etária ou realizam ação apenas em uma parte delas.
De acordo com um levantamento feito pelo portal de notícias G1, divulgado no último sábado, 23, Cuiabá, Maceió e Teresina são as únicas capitais do Brasil que não começaram a vacinar crianças de 3 e 4 anos de idade contra a Covid-19. Já algumas cidades, como Brasília e Pernambuco, estão vacinando somente as de 4 anos por não terem doses suficiente.
Isso se deve em razão do Instituto Butantan, que fabrica a CoronaVac no Brasil, ter interrompido a produção da vacina. A suspensão foi anunciada neste mês e, segundo nota emitida pelo órgão, ocorreu por falta de demanda, uma vez que o MS não realizou novos pedidos de compras.
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