domingo, 13 de fevereiro de 2022

Ansiedade, insônia e angústia são principais sintomas psicológicos após internamento por coronavirus no Ceará


Os leitos Covid são equipados para monitorar os impactos físicos da doença, mas dimensionar os efeitos psicológicos exige esforço maior. No Ceará, quem passa por internamento devido ao coronavírus relata ansiedade, insônia e angústia como as principais complicações psicológicas.

Este cenário está representado nos dados parciais do relatório “Follow-UP” produzido pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Foram ouvidas 470 pessoas de vários municípios cearenses atendidas no Hospital Leonardo da Vinci na 1ª e 2ª onda da doença. Do total, 33,8% de quem foi atendido no período mais recente apresentou ansiedade.

Insônia foi relatada por 31,8% dos entrevistados na pesquisa, enquanto angústia foi comum para 20%. Alteração cognitivo-comportamental, como lapsos de memória, atingiu 11,3% e o medo de morrer foi a resposta de 9,2% daqueles infectados na 2ª onda da Covid.

“No cenário da pandemia como um todo é comum o medo de se infectar, da internação e do óbito, tanto de si próprio como de outras pessoas. Além de repercussões no emprego, na rotina e tudo isso costuma evoluir para um quadro de agravamento dos sintomas ansiosos”, descreve o psiquiatra Matias Carvalho Aguiar Melo.

O médico, preceptor da Residência Médica de Psiquiatria do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), ressalta a possibilidade de evolução dos sintomas de ansiedade. “Quando a gente fala de um paciente internado, que vivenciou uma situação mais grave da Covid, esse medo se torna potencializado”.

Com informações do Diário do Nordeste.