Pessoas
infectadas pela variante delta do novo coronavírus correm o dobro de
risco de serem internadas do que as infectadas pela variante alpha,
conclui um estudo britânico publicado neste sábado (28), na revista The
Lancet.
Os
autores do estudo analisaram dados de mais de 43 mil casos de Covid
detectados na Inglaterra entre 29 de março e 23 de maio, quando a
variante delta começou a se espalhar naquele país.
A
análise bruta dos dados não mostra diferença nas internações entre os
infectados pela delta (2,3%) e pela alpha (2,2%), mas se outros fatores
que influenciam a gravidade da Covid (idade, etnia, situação vacinal)
forem levados em conta, os pesquisadores calculam que o risco de ser
hospitalizado se multiplica por 2,26 no caso da delta.
No
total do período, 80% dos casos corresponderam à variante alpha, e 20%,
à delta, embora a segunda ganhe espaço ao longo das semanas. Do total
de infectados, 74% não haviam sido vacinados, 24% haviam recebido uma
dose, e 1,8% tinha o esquema completo.
Identificada
pela primeira vez na Índia, a variante delta é de 40% a 60% mais
transmissível do que a alfa. Há pouca informação sobre a sua virulência,
mas dados preliminares colhidos em Escócia e Singapura sugerem um risco
aumentado de hospitalização e de se desenvolver a forma grave da
Covid-19.
"Nossa
análise mostra que, se não tivéssemos vacinação, uma epidemia ligada à
variante delta implicaria uma carga mais pesada para o sistema de
saúde", assinalou Anne Presanis, coautora do estudo, publicado na
revista "The Lancet".