O
mercado de pães, panificadoras e padarias tem sofrido bastante com a
pandemia do novo coronavírus, mesmo fazendo parte do setor de alimentos –
um dos poucos que cresceu durante a crise.
A
explicação, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de
Panificação e Confeitaria no Estado do Ceará (Sindipan), Ângelo Nunes,
está na flutuação de preços de insumos importantes para a produção dos
pães, que levou empresas a cortar margens de lucro. E a previsão,
projeta ele, é que os preços continuem aumentando até o fim do ano.
Com
os mercados globais desregulados pela pandemia do novo coronavírus, o
preço de itens como farinha, chocolate, carne e o trigo, principal
insumo, além de outros alimentos usados para a produção dos vários tipos
de pães no Ceará, vêm sendo afetados, e os custos das padarias e
panificadoras aumentaram consideravelmente, segundo Nunes.
Conforme
o presidente do Sindipan, os custos para produção da farinha de trigo,
usada no pão, foram elevados em cerca de 50%, enquanto outras etapas
dessa linha de montagem das panificadoras também acumularam aumentos
substanciais para as empresas.
Essas
flutuações foram responsáveis por gerar um aumento médio de 15% a 20%
no preço de pães no mercado cearense desde o início da pandemia.
"Durante
a pandemia, as padarias puderam funcionar, mas as pessoas não puderam
transitar, então tivemos um impacto nas vendas. Tivemos um aumento nos
preços e a alta do dólar gerou um alto impacto nos preços dos insumos, e
isso tem sido repassado ao consumidor, infelizmente. Também tivemos a
questão do frete, que subiu muito de preço para trazer o trigo de fora
porque os navios não estavam circulando. Isso tudo colaborou para a alta
de custos", disse Nunes.