quinta-feira, 29 de julho de 2021

Além de padre Lino, Ceará tem histórico de perseguições a religiosos por motivação política

Unidos até então pela carreira sacerdotal, o padre Lino Allegri juntou-se a outro rol de católicos que inclui nomes como dom Hélder Câmara, dom Aloísio Lorscheider e dom Antônio Fragoso. Em comum, todos sofreram perseguições e ameaças por seus posicionamentos de cunho político. Separadas por cerca de 50 anos, as agressões vividas pelos sacerdotes não são casos isolados na história do Brasil.

O Diário do Nordeste ouviu pesquisadores para contar a história desses e de outros líderes religiosos, entender as origens da tensão envolvendo integrantes da Igreja Católica e como as perseguições ocorreram ao longo do tempo.

INTIMIDAÇÕES NA PARÓQUIA

No caso envolvendo padre Lino, a arena das hostilidades foi a Paróquia da Paz, na Aldeota, onde ele é sacerdote. Após criticar a conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na gestão da pandemia da Covid-19, o religioso passou a ser intimidado por católicos apoiadores do político.

Em 4 de julho, quando avaliou negativamente a conduta do Governo Federal, o sacerdote sofreu com a reação de pelo menos oito fiéis, que o chamaram de “comunista”, “lulista” e “esquerdista”.


Na semana seguinte, um militar reformado agrediu verbalmente o religioso durante uma cerimônia na paróquia. De acordo com o padre, em entrevista ao Diário do Nordeste, as agressões contra ele e membros da igreja são constantes e ocorrem por meio das caixas de diálogo dos perfis da paróquia nas redes sociais, e, também, por meio do WhatsApp.

Com informações do Diário do Nordeste.