“Em
breve”, o Ceará poderá entrar na terceira fase de vacinação contra a
Covid-19, quando 1,03 milhão de cearenses devem receber o imunizante. De
acordo com a estimativa populacional do Plano Estadual de
Operacionalização para Vacinação contra a Covid-19, 627.572 pessoas
entre 18 e 59 anos têm comorbidades e, outras 406.137, alguma
deficiência permanente.
Este
será o maior grupo de vacinados contando todas as fases até então. A
primeira teve meta de 619.032 beneficiados; já a segunda, ainda em
andamento, tem como estimativa atingir 871.669 pessoas no Estado.
A
Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) informou que, na próxima semana,
“alguns municípios” - sem mencionar quais - estarão aptos à nova etapa.
Procurada nesta quinta-feira (22), a pasta informou que a prioridade é
concluir a segunda fase e atualizar o cadastro para a terceira.
O
avanço nas fases de imunização, lembra a Sesa, “depende do envio das
doses pelo Ministério da Saúde”. Logo, são priorizados “os grupos de
maior risco para desenvolvimento da forma mais grave da Covid-19”.
Até
o dia 15 de abril, o Estado recebeu 2.110.250 doses dos imunizantes
Coronavac e AstraZeneca, em 14 lotes. Hoje, o governador Camilo Santana
declarou que mais 128 mil devem chegar nesta sexta-feira (23).
Elas
serão destinadas a continuar a vacinação em trabalhadores da saúde,
idosos com mais de 60 anos e trabalhadores da Força de Segurança e
Salvamento e Forças Armadas, de acordo com a Sesa.
Do
total recebido, 1.721.635 já doses foram aplicadas, o correspondente a
81,6%, até a última quarta (21). Com a primeira dose, foram 1.207.843
pessoas contempladas; destas, 42,5% (513.792) também já receberam a
segunda dose.
Até
a última terça, dos 184 municípios cearenses, 47 ultrapassaram as metas
de aplicação da primeira dose. Outros 68 têm taxas entre 90% e 100%; 58
estão com índices entre 80% e 90%; oito apresentam entre 70% e 80%, e
três possuem ritmo mais lento, abaixo de 70%.
Cenário em Fortaleza
Na
Capital cearense, a versão mais recente do Plano Municipal de Vacinação
inclui quase 219 mil pessoas nessa fase: são 107.614 pessoas com
comorbidades e outras 111.372 com deficiência permanente grave.
Nos
dois grupos, segundo o documento, a modalidade de vacinação será
“agendamento para centros de vacinação, domicílio (para pessoas
restritas ao leito, conforme cadastro no Saúde Digital) e drive-thru”.
A
Secretaria Municipal da Saúde (SMS) também informou que o planejamento
será divulgado “em breve”. Na última segunda (19), a titular da Pasta,
Ana Estela Leite, disse em live ainda haver necessidade de receber “mais
de 50 mil doses para que possamos concluir a fase de idosos e seguir
para a de comorbidades”.
Nesta
quinta-feira, a secretária-adjunta da Pasta, Aline Gouveia, reiterou a
espera por novos imunizantes para dar continuidade ao plano.
A
terceira fase, a gente não tem como precisar a data. Estamos em uma
velocidade bem mais célere, mas realmente ficamos na dependência do
recebimento de novas doses para que a gente avance nas fases”
Aline Gouveia
Secretária-adjunta de Saúde de Fortaleza
Outras vacinas
Para
o infectologista Robério Leite, diretor da Sociedade Brasileira de
Imunizações no Ceará (SBIm-CE), a campanha de vacinação contra a
Covid-19 seria oportuna para reforçar a necessidade de atualização de
outros esquemas vacinais.
“Para
que a vacinação de rotina não se perca por causa da pandemia”,
justifica. No ano passado, a taxa de cobertura vacinal de imunizantes
comuns em todo o Ceará caiu 5,7% em relação a 2019.
Confira abaixo as principais dúvidas sobre a Fase 3:
Onde fazer ou atualizar o cadastro?
Na plataforma Saúde Digital, da Sesa, onde é preciso informar dados básicos de identificação, endereço e condição de saúde.
O que acontece se o cadastro não for atualizado?
A inscrição pode ser invalidada e a pessoa não será convocada para a vacinação.
Quando começa a fase 3 de vacinação?
A
previsão da Sesa é iniciar “na próxima semana” em alguns municípios. O
Plano Estadual descreve que a etapa ocorrerá durante os meses de abril e
maio.
O que são consideradas comorbidades?
Anemia falciforme
Arritmias cardíacas
Cardiopatias congênitas no adulto
Cardiopatia hipertensiva
Cirrose hepática
Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar
Diabetes mellitus
Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas
Doença cerebrovascular
Doença renal crônica
Hipertensão arterial estágio 3
Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade
Imunossuprimidos
Insuficiência cardíaca (IC)
Miocardiopatias e Pericardiopatias
Obesidade mórbida
Pneumopatias crônicas graves
Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados
Síndrome de Down
Síndromes coronarianas
Valvopatias
Quais documentos são necessários para comprovar a comorbidade no dia da vacinação?
De acordo com o Plano Estadual, além da identificação, são necessários:
Prescrição médica especificando o motivo da indicação da vacina, ou Relatórios médicos emitidos nos últimos 60 dias.
Prescrições de medicamentos ou exames complementares só serão aceitos junto aos documentos anteriores.
Quem são as pessoas com deficiência permanente?
Indivíduos com limitação motora que cause grande dificuldade ou incapacidade para andar ou subir escadas;
Indivíduos com grande dificuldade ou incapacidade de ouvir mesmo com uso de aparelho auditivo;
Indivíduos com grande dificuldade ou incapacidade de enxergar mesmo com uso de óculos;
Indivíduos
com alguma deficiência intelectual permanente que limite as suas
atividades habituais, como trabalhar, ir à escola, brincar, etc.
Quais documentos são necessários para comprovar a deficiência permanente no dia da vacinação?
Prescrição,
laudo médico ou relatório de profissional de saúde que demonstre
pertencer a algum grupo de risco ou estar nos critérios elencados;
Comprovante
de participação em programas e/ou políticas públicas voltados às
pessoas com deficiência, como Benefício da Prestação Continuada (BPC),
passe livre, etc.