Gabriel Barbosa de Almeida, o Gabigol, atacante do Flamengo, terá de pagar 100 salários mínimos por ter sido flagrado em um cassino clandestino, em São Paulo, no mês de março. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (26), após audiência virtual no Tribunal de Justiça de São Paulo.
O valor, equivalente a R$ 110 mil, será entregue ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente.
Trata-se de um acordo chamado de transação penal, usado em crimes de menor potencial ofensivo. Ao pagar a multa, o jogador ficará livre de responder por possível infração a medida sanitária, que tem como pena prevista detenção de um mês a um ano.
A promotora Regiane Vinche Zampar Guimarães Pereira, do Ministério Público de São Paulo, propôs o expediente de transação penal e estipulou o valor da multa à Justiça, no dia 18 de março.
O juiz Fabrício Reali Zia, do Juizado Especial Criminal do Fórum da Barra Funda, em São Paulo, havia agendado uma audiência entre as partes na última terça-feira (20). Porém, a pedido do jogador, que estava com o Flamengo na Argentina para duelo da Copa Libertadores, a audiência foi realizada na tarde desta segunda.
“Acolho a proposta de transação penal ofertada pelo Ministério Público e aceita pelo autor Gabriel Barbosa Almeida”, diz o trecho da decisão. “Na hipótese de descumprimento, resolve-se de pleno direito a presente transação penal, com consequent prosseguimento do feito nos seus ulteriores termos, podendo, se o caso, ser oferecida a denúncia.”
O salário do jogador na equipe carioca está em cerca de R$ 1,2 milhão por mês. O valor da multa de Gabigol é o maior entre os 21 relacionados pelo Ministério Público. Todos flagrados no cassino em uma operação de policiais militares, guardas civis, agentes sanitários, fiscais da prefeitura em um apartamento no quarto andar de prédio na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo.
A denúncia era que ocorria uma festa clandestina e aglomeração de pessoas durante a pandemia de Covid-19. As demais penas variam entre meio (R$ 550) a 40 salários mínimos (R$ 44 mil).
“O grupo subiu até o quarto andar e apurou que, na realidade, se tratava de um cassino clandestino, onde aproximadamente 150 pessoas se aglomeravam, a maioria sem o uso de máscaras de proteção, consumindo bebidas alcoólicas e realizando apostas em dinheiro nos jogos oferecidos”, escreveu a promotora.