sábado, 13 de março de 2021

Dois ônibus da cantora Kátia Cilene estão à venda por efeitos da pandemia do coronavirus

A ausência de shows causada pela pandemia do coronavírus avança drasticamente na vida dos cantores de forró do Ceará. O comércio de bens conquistados com muitos shows começa a ser a saída para evitar o acúmulo de dívidas. A empresa responsável por gerir a carreira da cantora Kátia Cilene publicou no Instagram, na noite de sexta-feira (12), a venda de dois ônibus usados em shows pela forrozeira.

"São dois carros revisados e prontos para rodar o Brasil. Segurança e conforto. O Busscar ano 2000, motor Mercedes o400 com 28 poltronas leitão. Outro Marcopolo Mercedes motor o500 , ano 2008", diz o comunicado na rede social da produtora.

A coluna entrou em contato com o empresário de Kátia Cilene. Em nota, ele declarou: "os ônibus vão embora para pagar contas, e dar continuidade a vida".

Kátia Cilene é uma das principais vozes do forró dos anos 1990. Na banda Mastruz com Leite, abriu portas para outras mulheres no mercado nacional do gênero nordestino. Em carreira solo, ela concentra a agenda em diversos estados da região Nordeste. No período do São João, a forrozeira é um dos nomes mais requisitados.

A situação da empresa de Kátia Cilene, assim como de outros artistas, reflete o forte impacto causado pela ausência de shows durante a pandemia — desde março de 2020. Para os adultos e jovens cearenses, fãs de forró, fica a responsabilidade de ficar em casa e cumprir os protocolos de saúde. Relatos de festas clandestinas com aglomerações são registradas mensalmente pelo poder público, o que dificulta ainda mais o retorno dos eventos.

Confira nota da produtora de Kátia Cilene:

"Ninguém se preparou para um ano parado. E ainda o que está por vir. A verdade é que 2021 não existirão eventos e normalidade. Somos a alegria das pessoas, a parte boa de levar felicidade em um momento de coração contrito durante tanta desgraça. Temos empatia pelo próximo e se doamos. Porém, o mesmo não tem pelo perder público, a exemplo o governo do Ceará e a prefeitura nos deram um parcelamento de um imposto que não existe para o setor de serviços , ICMS. Nossa maior carga é o ISS na prefeitura que ao contrário cobra multa, juros e encargos que chegam a 30%.

Precisamos enfrentar o que estar por vir e previmos de empatia do poder público e da iniciativa privada que poderia adotar artistas, bandas e tantos outros impactados através de patrocínios incentivados por impostos de cadeias em produção. A venda é apenas bens materiais que foram conquistados com suor, sonho e dignidade. A dignidade fica, os sonhos mudam e o suor se perde, os ônibus vão embora para pagar contas, e dar continuidade a vida. Nosso pedido é de olhar o próximo, incentivar, e não apedrejar, pois fomos os primeiros a parar e seremos os últimos a voltar. Mais estamos aqui sempre para subir ao palco e alegrar com o talento que Deus nos deu

Com informações do Diário do Nordeste.