terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Cearenses treinam profissionais em Manaus para uso do capacete Elmo: 'equipamento feito para guerra'

"É um equipamento feito pra guerra. Não está ligado em uma tomada de energia, não precisa de ventilador mecânico; só de uma rede de gases". É assim que a fisioterapeuta Betina Santos, de 27 anos, define a simplicidade do Elmo, um capacete de respiração assistida desenvolvido no Ceará e que reduz em 60% a necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Cearenses, a enfermeira Rebeca Bandeira, 28, a fisioterapeuta Ingrid Sá, 26, e Betina foram a Manaus, na semana passada, dar treinamento a 74 profissionais da linha de frente da Covid-19. Entre eles, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e engenheiros clínicos.

Durante cinco dias, foram repassados conhecimentos teóricos e práticos sobre a aplicação e manutenção de uso do equipamento. Os treinamentos começavam por volta das 8h, sem hora para acabar.

Mais do que qualquer outra cidade brasileira, a capital manauara viu de perto a formação de um verdadeiro cenário de guerra, devido à falta de oxigênio que levou muitas vidas e o próprio sistema de saúde local ao colapso.

Hoje, Manaus conta com 65 capacetes doados pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa). O equipamento oferece justamente oxigênio a pacientes com quadro clínico moderado e grave, o que melhora a capacidade respiratória e evita a intubação.

Reforço

Ao contrário dos ventiladores mecânicos, o Elmo é um equipamento não invasivo e de baixo custo. Por isso, estimam as profissionais de saúde cearenses, vai ser importante para reforçar o atendimento a pacientes com Covid-19 em Manaus.

"O Elmo utiliza oxigênio e lá eles têm dificuldade com isso. Mas é um dispositivo que vai dar um retorno muito positivo ao paciente, que vai passar, no máximo, oito dias com ele", endossa Rebeca Bandeira.

Segundo Betina, apesar de ser "simples" e não demandar o uso combinado com outros equipamentos sofisticados, por exemplo, o Elmo deve ser aplicado por equipes multiprofissionais treinadas, em uma atuação integrada.

"Para aplicar, não é somente ligar os gases e deixar no paciente. Existe um certa monitorização que deve ser feita por uma equipe engajada. A gente repetiu lá que o Elmo só vai funcionar quando a equipe multiprofissional estiver integrada e não apenas uma categoria sozinha".

Com informações do Diário do Nordeste.