Com alta de casos da covid-19 em 21 estados e no Distrito Federal, além de indefinição da política de imunização contra a doença, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), sugeriu ao governo federal fabricar a vacina da Pfizer, até agora a única liberada para uso na população.
O conselho foi dado ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na segunda-feira (7), um dia antes da reunião com os governadores em que o ministro disse não saber se há demanda pela vacina. O ministro, no entanto, alegou que não teria onde produzir o imunizante.
O relato foi feito pelo governador do Maranhão, em entrevista nesta sexta-feira (11), ao UOL.
"A Fiocruz está pronta para fabricar a AstraZeneca, mas não está fabricando", lamenta o governador. "Então, minha gente, vamos fabricar essa da Pfizer".
Segundo Dino, o governo federal não deveria ter apostado em apenas uma vacina, no caso a da AstraZeneca/Oxford.
“O motivo pelo qual o governo optou apenas por um tipo de vacina é um dos mistérios a serem desvendados”, afirmou.
Ele elogiou também o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que pretende iniciar a vacinação no estado em janeiro, apesar das críticas que o tucano tem recebido.
"Ele tem o dinheiro, tem o Butantan, tem uma parceria com a China, por qual motivo vai ficar parado esperando Bolsonaro?"
“Foi uma reação dele à insanidade do Bolsonaro, à insensatez de Bolsonaro, de querer excluir um tipo de vacina. E este impasse em que estamos agora deriva dessa decisão errada. Se há três ou quatro meses o governo dissesse que compraria todas as vacinas de eficácia comprovada, nós não estaríamos nesse problema. Isso acontece porque o governo jogou todos as suas fichas em uma vacina só”, destacou.
Flavio Dino entrou com ação no Supremo Tribunal Federal para garantir a compra de qualquer vacina que tenha sido aprovada nas agências internacionais. Caso isso aconteça, quer ser reembolsado pelo governo federal.
Sobre a declaração do ministro da Saúde, em relação à Coronavac, de que “tendo demanda [da vacina], eu vou levar o assunto ao Palácio do Planalto”, Dino reagiu.
“Pensei: Que maluquice! Ele está dizendo que quem escolhe a vacina é o presidente, que é a última pessoa a ser consultada nesse assunto. Eu vi a Angela Merkel dizendo que não é especialista nesse assunto, que quem sabe são os cientistas. Já o Bolsonaro acha que pode receitar cloroquina e vetar vacina”.