Além de motivar estudos na área de saúde, a pandemia do coronavírus
mudou o modo de pensar de profissionais do mercado audiovisual. As
lives, antes tímidas, com cantores ao violão, ganharam cenários, fogos
de artifícios, drones e transmissões em multiplataformas. Empresas
cobram de R$12 mil a R$400 mil por produção. Axé, forró e sertanejo ganharam ainda a união de cantores.
Kelson Veras e Marcelo Venâncio, produtores audiovisuais da Imaginar
Filmes, chegaram a realizar cerca de 20 lives entre março e julho deste
ano. Batista Lima, Zé Cantor, Wesley Safadão, Mastruz com Leite,
entre outros nomes, foram dirigidos em transmissões pelos
profissionais. Do cenário às câmeras em 6K, o cuidado para que todos se
protegessem com máscaras e o uso de álcool em gel no manuseio dos
equipamentos.
Na avaliação de Kelson Veras, o mercado de lives vai continuar pelos
próximos meses, mas a tendência é cair. “Existe uma relação das
transmissões com a ausência de shows e festivais. O diferencial desses
últimos meses foi a questão da periodicidade. Muitas em uma única
semana”.
Além de cantar, os artistas precisaram se reinventar no formato de
apresentadores. Kelson Veras conta o desafio que foi essa mudança deperspectiva. “A gente ficava todo o tempo no ponto mandando eles
(artistas) olharem o teleprompter. A gente explicava que o público
precisava sentir que eles estavam conversando. Transmissão de show é
diferente. Eles andam e interagem com os fãs”, comenta.
Continuidade
O cantor Wallas Arrais afirma que, depois da
pandemia, pretende seguir com lives nos shows. Os bons índices de
audiência levaram o cearense a atingir novas regiões do País. “Vou fazer
para quem não pode curtir o show presencial. Sempre que puder levar
essa equipe de câmeras levarei. As lives se pagam com os patrocinadores e
ainda geram um pouco de recurso pra gente nesse momento tão complicado
sem eventos de forró e sertanejo”.
Ricardo Lago, produtor audiovisual da Dronando Filmes, acredita em
uma maior exploração de conteúdo para web a partir de agora. Ele.
realizou cerca de 11 transmissões como da Calcinha Preta, Cavaleiros do Forró,Henry Freitas, Saia Rodada, e viu essa preocupação.
Para Ricardo, as bandas entenderam que houve um exponencial de
público que, antes, não era uma realidade. “Houve uma aceleração da
cultura digital com a pandemia no forró e sertanejo”, avalia.