O aumento dos casos do novo coronavírus no interior do
Brasil tem levado os infectados a chegar aos grandes centros urbanos com
prognósticos bastante negativos de recuperação.
Nas últimas semanas, a curva de infecções e mortes no interior ganhou
força, obrigando gestores nos estados a aumentar a oferta de leitos de
UTI e os meios de locomoção de doentes.
Ao contrário de quando a epidemia se concentrava nas capitais, os
doentes do interior tendem a receber tratamento inicial mais precário e
demoram para entrar em atendimento intensivo, quando necessário –o que
aumenta o número de óbitos.
De acordo com Magda Almeida, diretora de Medicina Rural da Sociedade
Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), que reúne 47,7
mil equipes de atenção básica no país, são três as deficiências do
sistema nos municípios menores do Brasil: dificuldade de reconhecimento
precoce da doença (não só da Covid-19), estabilização dos doentes graves
e seu transporte para centros de referência.
No Ceará, onde ela também atua na secretaria de Vigilância e
Regulação do estado, o esforço tem sido levar leitos de UTI com
respiradouros para o interior.
Na falta de médicos intensivistas nessas localidades, as equipes
fazem teleconsultas com profissionais dessa área em Fortaleza, que
monitoram pacientes e equipamentos por via de smartphones.
Em tempo
Em condições normais, a concentração de leitos não traz grandes
dificuldades e acompanha outros países, embora sem as dimensões
continentais do Brasil.