O agrometeorologista João Castro, da Climatempo, falou em entrevista à CNN nesta quinta-feira (21920 × 12105) sobre o surto da praga Schistocerca cancellata, espécie de gafanhotos que se aproxima, em nuvem, do território brasileiro.
“São insetos e, em sua maioria, gostam de temperaturas elevadas e
tempo seco. Esses gafanhotos vieram do Paraguai, cruzaram o norte da
Argentina e estavam se aproximando da fronteira com o Rio Grande do Sul.
Isso aconteceu por conta do vento e do calor”, explicou.
A baixa temperatura na região, porém, reduz drasticamente o
metabolismo dos gafanhotos. Segundo Castro, o que se espera é que com a
frente fria e a mudança nas condições do vento os insetos fiquem em
estado de “dormência” e sigam para outro rumo.
Segundo o agrometeorologista, esse fenômeno não é uma grande
novidade. “Esses desiquilíbrios ecológicos ocorrem de maneira mais
pontual. Em janeiro houve uma infestação extremamente severa na África,
que causou preocupação sobre a questão da segurança alimentar dos países
no continente que dependem daquela agricultura de subsistência”, falou.
Caso as pragas cheguem ao Brasil, o especialista explicou que uma
grande operação organizada de pulverização em aérea agrícola é uma das
formas para combatê-las. “Mas é uma questão bastante complexa e com
restrições”, disse.